“Candidatura de Lula é prioridade em 2018”, afirma deputado Rubens Otoni
FERNANDA MORAIS
O deputado federal Rubens Otoni (PT), confirma que ao longo de 2017 o objetivo principal do PT a nível nacional é trabalhar para alavancar a candidatura de Lula para presidência da República nas eleições de outubro de 2018. Paralelamente a essa proposta, os militantes do Partido dos Trabalhadores em Goiás estão empenhados no fortalecimento dos diretórios municipais para também disputar o pleito do próximo ano que abre novas vagas para deputados estaduais e federais, senadores e governador do Estado. Segundo o deputado, o PT tem condições de lançar candidatura própria para o Governo de Goiás, do mesmo modo que a sigla também está aberta para discutir a composição de uma chapa desde que os possíveis aliados sejam favoráveis ao processo de recondução de Lula a presidência da República. Rubens Otoni afirmou ainda faz parte de seus projetos políticos pessoas a tentativa de reeleição para Câmara Federal, mas isso também será discutido com o seu partido. Confira a entrevista.
Como está a preparação do PT goiano para as eleições de 2018?
Neste ano de 2017 o partido se dedica a fortalecer as suas lideranças a partir do processo de renovação de seus diretórios municipais, com as eleições que aconteceram no mês de abril. Agora, neste final de semana, teremos o encontro estadual da legenda onde estaremos escolhendo a nova direção regional do Partido dos Trabalhadores para o próximo período. Esse momento servirá de referência para o trabalho que realizaremos em 2017 em todo o Estado, formando diretórios, fortalecendo as nossas direções municipais e com isso nos colocando em condições para disputar com competitividade o processo eleitoral do próximo ano.
Existe perspectiva de lançar uma chapa majoritária?
Nossa expectativa, nesse primeiro momento, é o fortalecimento do partido. Temos outra prioridade para 2018 que são as eleições presidenciais. O foco do PT é colocar o Brasil novamente nos trilhos da democracia, e nesse sentido vamos trabalhar para alavancar a candidatura do nosso ex-presidente Lula. No nosso entendimento foi no período do governo do presidente Lula que o Brasil viveu uma situação de pleno desenvolvimento, de pleno emprego e onde as pessoas realisticamente melhoraram de vida. Então o Lula é a referência para enfrentar essa crise que estamos vivendo hoje, por isso também temos foco nessa prioridade para 2018. Trabalharemos para preparar a candidatura do ex-presidente Lula sem se esquecer de fortalecer o projeto do PT em Goiás, são projetos que terão sintonia. Se for necessário lançar candidatura própria para o Governo em Goiás, com certeza, nós lançaremos. Se for conveniente fazer alianças com outros partidos, nós vamos discutir, mas, com toda certeza, de um jeito ou o do outro, tendo candidatura própria, ou não, nós estaremos sempre dialogando com partidos que tenham disposição de apoiar o nosso projeto nacional com a candidatura do presidente Lula.
Apesar das circunstâncias, o PMDB é um possível aliado?
Acho difícil. Como eu disse, nós vamos buscar o aliado que apoie o ex-presidente Lula. A pergunta que faço é a seguinte: O PMDB de Goiás estaria disposto a apoiar o Lula? Se tiver, não teremos dificuldade nenhuma para dialogar. Essa condição vale não só para o PMDB, mas para qualquer outro partido. Podemos conversar? Podemos, desde que estejam interessados em apoiar o presidente Lula.
Anápolis tem nomes para compor com outros partidos uma chapa majoritária, caso o PT não lance o seu candidato?
O PT de Goiás tem nomes expressivos. Nós fomos construindo ao longo do tempo um partido que forma e renova suas lideranças. Então temos nomes para disputar eleições para deputado estadual e federal, senador em todas as regiões do Estado. Em Anápolis não é diferente, na cidade nós temos lideranças expressivas, inclusive disputamos as eleições passadas na majoritária e o candidato ao governo foi de Anápolis, o ex-prefeito e hoje vereador no município, Antônio Roberto Gomide. Ele teve um desempenho positivo. Anápolis tem sim condições de colaborar com esse projeto. E podemos eventualmente fazer alianças, repito, apoiando o candidato de outro partido, desde que esse partido comungue do projeto nacional do PT, que é o fortalecimento da candidatura do ex-presidente Lula.
Sobre a candidatura do presidente Lula, existe esse consenso entre os petistas a nível nacional?
Não é uma intenção apenas do ex-presidente Lula ou apenas uma vontade dos representantes do PT. É uma expressão da sociedade brasileira como estamos vendo nas pesquisas que estão sendo divulgadas recentemente. É o que sempre costumo dizer, o ex-presidente Lula não simboliza a proposta de um único partido, ele simboliza um momento de sucesso do Brasil, um momento que o País foi respeitado em nível internacional, onde as pessoas de classe baixa foram valorizadas, respeitadas na sua dignidade e tiveram oportunidade de crescer de alguma forma. Eu cito ainda que foi um momento onde o trabalhador teve condições de colocar seu filho em uma faculdade, onde o trabalhador teve acesso a benefícios antes nunca conquistados. Então o ex-presidente Lula é uma referência muito positiva para o Brasil, ele fala além do PT, por isso as pesquisas mostram esse carinho do povo por ele. Eu tenho absoluta certeza e tenho visto isso nas ruas, tenho visto por todas as minhas andanças no Estado de Goiás, por parte de pessoas que não são do PT, ou até pessoas que são adversárias do PT, admitindo que não apoia o nosso partido, mas que se o Lula for o candidato do PT, ninguém tira dele. Esse é o pensamento que está na rua.
O senhor é candidato a reeleição?
Eu sempre estive à disposição do Partido dos Trabalhadores no projeto que for necessário e isso não será diferente agora. Tenho disposição de ajudar o partido naquilo que eu posso. E o que garanto é que tenho disposição de trabalhar por esta reeleição, é natural para mim. Mas se o partido necessitar e houver outra oportunidade eu discutirei com o partido, mas o natural é ser candidato a reeleição.