Delator diz que campanha de Gomide em 2014 recebeu R$ 2 milhões

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DA REDAÇÃO

O diretor de Relações Institucionais e Governo da holding J&F, que administra a JBS, disse em sua delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF) que foram doados R$ 2 milhões, de maneira ilícita, para a campanha a governador de Goiás de Antônio Gomide (PT), em 2014.

O vídeo com o depoimento do executivo faz parte do pacote de denúncias que abalou o Brasil nessa semana e foi divulgado nessa sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As delações foram homologadas pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

“Foram doações dissimuladas oficiais, que não tem nada de oficial. Isso tudo é dinheiro de propina. Foram feitas notas fiscais frias e pagamento em dinheiro vivo”, afirmou Saud em seu depoimento.

Segundo o diretor, a empresa enviou cerca de R$ 150 milhões para a campanha Dilma-Temer em 2014. Desse montante, R$ 50 milhões foram para a Executiva nacional do PT, entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões foram para a campanha presidencial e o restante distribuído entre os candidatos a governador do partido.

Além dos R$ 2 milhões para Gomide em Goiás, Saud disse que foram direcionados para o candidato Fernando Pimentel, de Minas Gerais, cerca de R$ 30 milhões. A candidata do PT no Paraná, Gleisi Hoffmann, hoje senadora, teria se beneficiado de R$ 5 milhões. Para Alexandre Padilha, que disputou o governo de São Paulo, foram R$ 5 milhões.

Outro lado
Em nota distribuída à imprensa, o hoje vereador Antônio Gomide disse que é mentira que sua campanha em 2014 tenha recebido qualquer valor ilícito ou de origem desconhecida do grupo JBS ou de qualquer outro doador. “É caluniosa a citação do meu nome sem qualquer lastro de veracidade ou sem ao menos a apresentação de quaisquer provas, sejam por documentos, áudios ou vídeos que comprovem o absurdo insinuado”, diz o texto.

Gomide informou ainda que as doações da campanha de 2014 que foram feitas pelo PT nacional foram devidamente registradas em sua prestação de contas registrada no TSE. Disse também que o comitê goiano não teve qualquer ascendência sobre a prestação de contas ou mesmo as captações feitas pelo PT nacional, principal doador de sua campanha.

O vereador prometeu ainda interpelar judicialmente o diretor da JBS, “por ter feito uma irresponsável citação” de seu nome “a fim de se livrar dos crimes que cometeu”.

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