Operação foca na segurança nas compras de fim de ano

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Batizada de Boas Festas, ação das polícias Militar e Civil será realizada nos locais de maior movimento comercial

LUIZ EDUARDO ROSA

A Operação Boas Festas das policias Militar e Civil desse ano tem como foco o momento das compras nos principais pontos comerciais da cidade, onde a aglomeração de pessoas é comum. O objetivo é coibir a prática de crimes de furto e roubo, mas também aqueles de injúria e ameaça, os que mais cresceram na comparação entre os meses de dezembro do ano passado e 2013.

Para tanto, já estão em curso, e seguem até a primeira quinzena de janeiro de 2016, ações especiais da PM e da Polícia Civil, voltadas às duas festas que fecham o calendário anual: Natal e Réveillon. “Com base nas experiências de anos anteriores, percebemos que a maior atenção deve se voltar para as vésperas do Natal, uma festa mais familiar, onde aumenta a movimentação devido às compras. Já no Réveillon, esse aspecto deixa de existir sendo mais um momento festivo e com festeiros mais exaltados”, explica o subcomandante do 3º Comando Regional da Polícia Militar (CRPM), tenente-coronel Paulo Inácio.

O 3º CRPM prepara um policiamento preventivo com viaturas e motocicletas em áreas onde a atividade comercial é mais intensa. Em pontos de maior tráfego de pedestres será feito o policiamento a pé. São locais como as praças Bom Jesus e Americano do Brasil, por exemplo. O efetivo administrativo cumpre a parte da manhã do expediente nos batalhões e à tarde são incorporados à atividade operacional, ou seja, nas ruas. O banco de horas, que já contempla as horas extras do operacional, também se estenderá ao administrativo. Já a Polícia Civil organizará cobertura maior no horário dos escrivães nas delegacias e intensificará as atividades do Grupo de Capturas, cumprindo de modo intensivo o maior número possível de mandados de prisão em aberto.

Conforme dados comparativos dos meses de dezembro de 2013 e 2014, apresentados pelo  Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da Delegacia Regional da Polícia Civil de Anápolis, as ocorrências mais frequentes foram ameaça, injúria e perda ou extravio de documentos. Entre os crimes de maior teor ofensivo estão os furtos de celular e às residências, além do roubo ao transeunte. Na somatória de todos os crimes cometidos, em 2013 eles chegaram a 2.532, contra 3.029 em 2014, aumento de cerca de 20%.

Os crimes de ameaça saltaram de 176 ocorrências em 2013, para 228 em 2014 e os de injúria de 73 ocorrências para 119 no mesmo período. Outros destaques foram perda e extravio de documentos que de 378 em 2013, pularam para 500 em 2014. O titular da Delegacia Regional da Polícia Civil em Anápolis, Álvaro Cássio, aponta que as injúrias e ameaças geralmente estão relacionadas ao momento psicológico das festas de final de ano, incrementadas pelo consumo de bebida alcóolica. “Outro fator importante para o crescimento dessas denúncias é justamente a maior conscientização das pessoas de que as ameaças podem futuramente se tornar agressões e até homicídios”, explica Álvaro Cássio.

O furto de celular lidera numericamente entre os crimes contra o patrimônio. Foram 67 ocorrências em 2013 e 181 em 2014. Um crime de maior potencial ofensivo que teve destaque nessa comparação foi o de roubo ao transeunte, que em 2013 chegou a 70 e no ano seguinte A 110. Outro alvo de preocupação é o furto em residências que cresceu de 91 para 107 no período em questão.

Conforme a PM, é importante a colaboração popular, evitando dar oportunidades para a ação dos criminosos. “Antes de cada ação, o bandido planeja calculando os riscos e as dificuldades de se executar o crime”, explica o tenente-coronel Paulo Inácio. Ele orienta consumidores e lojistas para que fiquem atentos durante o roteiro de compras para o Natal. Uma dica do militar se direciona a quem leva crianças, pois os bandidos entendem haver maior vulnerabilidade. “Com a atenção dividida entre comprar e olhar a criança, acaba se tornando um alvo em potencial, então aconselhamos evitar levar crianças pequenas às compras”, explica Paulo Inácio. Outra situação é guardar quantias grandes de dinheiro em espécie na carteira. Neste sentido, para maior segurança, o melhor é dar a preferência às transferências eletrônicas através de cartão bancário.

Para o lojista, algumas iniciativas podem ajudar a diminuir a facilidade de ação dos bandidos. Uma dica é trazer o caixa para o interior da loja, de forma a dificultar o acesso do criminoso ao dinheiro e o seu retorno à rua. Não acumular no caixa valores em espécie superiores ao necessário para viabilizar o troco na loja também é importante. A PM orienta ainda que os lojistas comuniquem via 190 a presença de pessoas em atitudes consideradas suspeitas. “O criminoso leva um tempo para planejar a abordagem, escolhendo as vítimas em potencial e calculando os riscos de entrar no local, tudo isso é feito através da observação”, alerta Paulo Inácio.

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