Polícia Militar anuncia que Anápolis terá um novo batalhão

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MARCOS AURÉLIO SILVA

Anápolis terá um novo batalhão da Polícia Militar. Até dezembro a nova unidade da PM na cidade já deverá estar funcionando e ficará responsável pelo patrulhamento de pelo menos 60 bairros. O novo batalhão será criado com objetivo de dividir a região que hoje é patrulhada pelo 4º BPM, e que é considerada muito extensa.

O novo batalhão ficará sobre o comando do major Silvério José Martins, que deixou a Companhia de Policiamento Especializado (CPE) para implantar o projeto da nova unidade da PM. Segundo ele, a cidade vai ganhar muito com o novo batalhão, já que nenhuma das demais unidades vai ser esvaziada para montar a nova. “Significa que teremos mais efetivo fazendo o policiamento ostensivo na cidade. Isso, claro, representa mais segurança para população”, explicou. “Implantar e comandar esse novo batalhão é um desafio para mim, mas vou mostrar que sou capaz de transpor ele e oferecer à comunidade toda a segurança que ela merece”, completou.

A informação de que será criado um novo batalhão policial em Anápolis foi divulgada pelo comandante geral da PM em Goiás, coronel Silvio Benedito Alves. Ele esteve em Anápolis para cerimônia que marcou a troca do comando do 4º BPM e da 31ª Companhia de Policiamento Especializado.

O tenente-coronel Rubens Maia deixou o comando do 4º BPM. Ele solicitou aposentadoria e agora vai para reserva remunerada da PM. Quem assume o comando do batalhão é o tenente-coronel Giuliano Eustáquio Borges. Ele é ex-comandante do Batalhão de Trânsito em Goiânia e chega com objetivo de diminuir a criminalidade em Anápolis. “A Polícia Militar tem assumido a responsabilidade de transformações. O objetivo maior é a busca da parceria com a sociedade”, falou o novo comandante.

O major Silvério, que vai ficar responsável pela criação do novo batalhão, deixa a 21ª Companhia de Policiamento Especializado (CPE). Assume no lugar dele o major Cláudio Antônio Silva. O novo comandante chega com a experiência de oito anos como subcomandante da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam).

“Vamos colocar em prática o nosso serviço operacional com a experiência que trouxemos da Rotam. Temos gabarito e já vamos colocar algumas diretrizes, sempre priorizando a combate à criminalidade”, destacou o major Cláudio Antônio Silva.

O comandante geral da PM demonstrou satisfação com as trocas de comando realizadas em Anápolis. “Os oficiais que estamos trazendo para assumir os comandos são oficiais altamente gabaritados. Oficiais que já tem experiência de comando e já estiveram à frente outros batalhões”, apontou. “Estamos tranquilos em trazer esses oficiais e compor a equipe da regional de Anápolis”, completou Silvio Benedito Alves.

Malavita
A troca de comando da PM em Anápolis foi feita uma semana após a Operação Malavita, que teve como alvo policiais militares, civis e pessoas supostamente envolvidas com crimes de homicídio na cidade. A operação, realizada pela Polícia Civil de Goiás, instaurou 36 inquéritos que investigam crimes envolvendo 54 vítimas, a maioria de homicídio, que aconteceram em Anápolis.

A Operação Malavita resultou na prisão ou condução coercitiva para depoimento de policiais militares e civis, além de cidadãos comuns, em Anápolis e outras cidades goianas.

Os investigadores afirmam que os crimes ocorreram a partir de 2011. A investigação aponta haveria uma organização criminosa voltada para crimes de extorsão, homicídio, sequestro, tortura e ameaça com envolvimento de agentes públicos.

De acordo com o secretário de Pública, Joaquim Mesquita, a motivação era a disputa por espaço e poder relacionados ao tráfico de drogas em Anápolis. A investigação foi conjunta entre a Polícia Civil e a Corregedoria da PM. “Essa é uma investigação que foi conduzida através de inquéritos policiais na Polícia Civil e que têm no âmbito da Polícia Militar algumas sindicâncias e alguns inquéritos policiais militares”, pontuou.

O delegado geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, esclareceu que embora algumas prisões tenham ocorrido em outros municípios, os crimes foram em Anápolis. Os policiais começaram a se envolver com o tráfico de drogas realizando cobranças e extorsões, sendo que com o tempo essa participação foi crescendo. “São crimes que estavam acontecendo, que já estavam sendo investigados, que começaram a surgir indícios de envolvimento de agentes públicos. Nesse envolvimento entendemos que deveríamos concentrar as investigações em uma delegacia especializada [Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas]“, destacou.

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