Marconi se reúne com Levy e propõe “agenda positiva”
Governador tucano discutiu com ministro da Fazenda a busca de recursos para a área de infraestrutura
A construção de uma agenda positiva de investimentos em infraestrutura como garantia ao desenvolvimento econômico e para o combate aos desequilíbrios regionais foi o tema da reunião realizada na quinta-feira (23), em Brasília, entre o governador Marconi Perillo e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Marconi foi um dos três governadores recebidos hoje pelo ministro, que iniciou uma série de audiências com governadores e equipes econômicas dos estados. Também estiveram no Ministério da Fazenda nesta tarde, em reuniões separadas, os governadores do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.
“Nós começamos a discutir hoje, a pedido dele (ministro Levy), um conjunto de ideias em relação ao que fará diferença para o Estado em termos de desenvolvimento econômico. O ministro está pensando muito na reativação do crescimento do país”, disse Marconi Perillo em entrevista coletiva concedida após o encontro no quinto andar do Ministério. Acompanharam a reunião o secretário-Executivo Adjunt 4000 o, Fabrício Dantas; a secretária de Estado da Fazenda, Ana Carla Abrão; o secretário de Estado de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto; e o secretário de Representação do Distrito Federal, Simão Cirineu.
O governador Marconi informou à imprensa que o convite para a reunião partiu do próprio ministro Joaquim Levy durante a última reunião do Confaz, realizada em Goiânia, no início deste mês. Segundo Marconi, na ocasião Levy manifestou interesse em discutir com governadores e secretários estaduais de Fazenda uma agenda de investimentos que possam garantir escoamento de produção, melhoria de infraestrutura e logística e competitividade dos Estados. “Uma das prioridades dele é o Centro-Oeste, já que a região tem dado respostas muito positivas e afirmativas em relação a empregos, exportações, crescimento do PIB, ou seja, o Centro-Oeste tem dado respostas rápidas quando há uma necessidade maior de se aumentar o nível de empregos e as exportações. E nós estamos nesse momento construindo essa agenda. Nós temos obras estruturantes em relação a ferrovias, rodovias, aeroportos, portos e é em relação a isso que estamos tratando nesse momento”, declarou.
Em virtude do período de ajuste fiscal porque passa o país, o ministro teria sinalizado abertura para discussão sobre concessões, PPPs, inclusive operações de créditos, e outros mecanismos capazes de reaquecerem o desenvolvimento econômico. “Dissemos ao ministro que existem compromissos que estão no PAF (Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal) para 2015 e 2016 e que nós queremos vê-los apreciados e aprovados, quando este assunto vir de novo à mesa das prioridades do governo federal. Todos nós temos pressa, mas ele tem uma agenda. E ele depende de um conjunto de medidas que vão ser tomadas pelo Congresso Nacional, especialmente em relação ao ajuste fiscal”, pontuou Marconi.
Ele antecipou que haverá nova reunião no Ministério da Fazenda, mas que antes o Governo de Goiás precisará definir as ações de investimentos prioritários. “Nós ficamos de voltar a nos reunir, fechar essa agenda dos investimentos e trazer ao ministro. Primeiro vamos verificar da parte do Ministério qual é a capacidade de alavancagem deles, tanto do ponto de vista de concessão, PPPs, operações de crédito e recursos da União. Alguns projetos serão de continuidade e outros serão novos. Nosso objetivo é definir o que vamos vislumbrar para o futuro, garantindo competitividade a nossa economia, e o que é preciso ser concluído”, disse.
De acordo com o governador, a definição das prioridades passará pela conclusão das obras de infraestrutura que estão iniciadas, como rodovias e duplicações, e abarcará novos projetos, como a construção da ferrovia de cargas e passageiros entre Brasília e Goiânia, a construção da ferrovia que ligará a ferrovia Norte-Sul ao Mato Grosso e também a obra do Porto de São Simão, por exemplo. “Há uma série de obras e vamos defini-las ouvindo o empresariado. Eu disse ao ministro que não vamos começar em Goiás nenhum projeto novo sem garantia de recursos, sejam quais forem as fontes”, afiançou Marconi.
“Economia goiana deve crescer”
Mesmo diante de um cenário de recessão do País, a economia goiana deve repetir o comportamento de outros anos e registrar em 2015 um crescimento acima da média nacional. A previsão foi apresentada quarta-feira (22) pelo economista chefe do Banco Itaú, Ilan Goldfajn, durante almoço com líderes empresariais, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). O especialista anunciou que, apesar da tendência do Produto Interno Bruto (PIB) do País fechar o ano em -1%, os resultados da agroindústria e do setor de energia locais colocam Goiás numa situação mais confortável do que o resto do País.
“A economia de Goiás não tem capacidade de ficar completamente isolada do que está acontecendo no País. O Brasil está num período difícil, de recessão. É claro que há uma influência neste sentido. Mas quando se olha para frente, conseguimos ver a economia goiana crescendo mais rápido que a do resto do País, puxada pelo crescimento da agroindústria, que vai continuar sendo forte, e outros investimentos na área de energia, principalmente as renováveis” observou, durante o evento realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Goiás.
Goldfajn destacou que o cenário para a economia nacional deve melhorar um pouco a partir do segundo semestre de 2015, como reflexos dos ajustes econômicos que estão sendo implementados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “A queda de atividade econômica, registrada no primeiro trimestre deste ano, não deve se repetir mais. Vamos ter um segundo trimestre ainda ruim, mas não igual ao primeiro. Este primeiro semestre do ano vai comprometer 2015 como um todo. O PIB deve ficar em torno de -1% ou -1,5%. As medidas tomadas pelo ministro (Joaquim Levy) vão fazer efeito só a partir do segundo semestre”, disse.