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Editorial

A desatenção com a dengue é cíclica. A cada dois anos o País enfrenta uma epidemia como a atual, cada vez com mais traumas porque o vírus ganha força e, com isso, as mortes tornam-se mais frequente. Diante da massificação das notícias sobre a doença, o brasileiro passa a tomar mais cuidado com possíveis criatórios do mosquito Aedes aegypti. Isso implica que no período chuvoso de 2016 não teremos uma situação tão alarmante. É uma tendência, lógico.

Tal como a criança que precisa ser lembrada o tempo todo do perigo que é a chama do fogão, o brasileiro precisa ser alertado sobre os riscos da dengue para começar a agir contra o mosquito. Um verão mais tranquilo em relação ao número de casos consequentemente leva ao descuido. Sem a bronca diária, há uma espécie de relaxamento coletivo. O resultado é a próxima temporada com hospitais lotados de pacientes com suspeita de dengue.

Goiás é hoje o segundo no Brasil em incidência da doença, atrás apenas do Acre. Em número de casos também somos vice-campeões, perdendo apenas para o Estado de São Paulo. Anápolis tem 3.759 casos notificados, de acordo com boletim epidemiológico fechado até 6 de maio. Duas mortes podem ter sido provocadas por dengue – a confirmação leva tempo porque só um laboratório faz as análises para os 246 municípios goianos.

Causa certo constrangimento entre todos saber que o mosquito da dengue se prolifera à medida que cresce a falta de educação das pessoas. Quanto mais lixo jogado em local inadequado, mais recipientes teremos para acumular água e servir de criatório para o Aedes aegypti. Tem gente morrendo porque muitos ignoram uma regra simples da sociedade moderna: jogar o lixo no local adequado. Faça um teste: ande agora até o terreno baldio mais próximo. Lá, com certeza, tem lixo jogado por alguém.

Que o poder público faça sua parte. Trate os doentes, lance campanhas de conscientização e limpe locais que sejam de sua responsabilidade. Agora, o mais importante: que todos nós tenhamos consciência que somente isso nunca vai vencer a dengue. Lixo mata.

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