Ladrões migram de furtos para roubos de residências

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Opção por roubo implica maior risco também para o criminoso, que o assume na tentativa de ter mais dinheiro

Luiz Eduardo Rosa

Estatísticas do 3º Comando Regional de Polícia Militar (3º CRPM) apontam que os roubos a residências aumentaram em Anápolis entre janeiro e abril deste ano, enquanto os furtos diminuíram no mesmo período, em relação a 2014. Apesar do maior risco para os criminosos e, principalmente, para as vítimas, a migração de modalidade é explicada pela expectativa de se conseguir mais dinheiro na ação.

No ano passado, conforme a PM, foram registradas 15 ocorrências de roubo contra 31 em 2015 no primeiro quadrimestre. Já os furtos caminharam no sentido contrário, foram 78 entre janeiro e abril de 2014 e 75 este ano. Neste recorte de tempo, os roubos subiram 107% e os furtos diminuíram 4%. “Os bandidos desempenhavam um determinado esforço para saquear bens de baixo valor nos furtos, então, estão montando ações mais complexas para realizar roubos e assim levar patrimônios mais caros”, explica o subcomandante do 3º CRPM, tenente-coronel Paulo Inácio.

A leve redução dos furtos também está associada a outros aspectos. Com a implantação de equipamentos de segurança cada vez mais sofisticados, a dificuldade aumentou. A modalidade se tornou mais comum em casas mais simples, sem tantos aparatos de segurança. “O bandido ganha coragem para o roubo a partir da experiência do furto, no qual a vítima geralmente não se encontra em casa”, explica Paulo Inácio.

&l 4000 t;p>Assim, ao invés de enfrentar itens como cerca elétrica, câmeras de segurança e sensores de alarme, os criminosos têm optado por assumir os riscos de roubar, já que costumam estar associados à oportunidade de obter bens de maior valor. Esses riscos vão desde o ataque do próprio morador ou de um prestador de serviço em segurança, até a chegada da força policial para realizar a prisão.

Do outro lado existe o risco para a vítima, que é ainda mais significativo na medida em que as ações são quase sempre praticadas por grupos armados, que ficam sob pressão, e podem se descontrolar. “Se o furto pode ser cometido por uma pessoa somente, o roubo, ao contrário, se torna mais complexo, exigindo que os bandidos estejam em maior número, armados e com um esquema bem organizado previamente”, aponta Paulo Inácio

Orientações

Na noite da segunda-feira (11), a casa de um médico de Anápolis foi assaltada por cinco bandidos. Os criminosos, três homens e duas mulheres, estavam armados e renderam a família, trancando-os em um dos banheiros da casa. Eles levaram dois carros, uma TV e mais R$ 1,6 mil retirados de um cofre. Até o fechamento desta edição não havia notícias da prisão dos bandidos. Este caso apresenta características comuns aos roubos a residências, nos quais o morador é geralmente abordado na garagem, quando está saindo ou chegando de carro em casa.

Uma das primeiras orientações da PM é a observar a rua onde mora, prestando atenção na permanência de pessoas estranhas durante muito tempo. O momento da entrada ou saída de casa também requer cuidados. “Se há possibilidade do portão da garagem apresentar visibilidade ao outro lado, deve-se observar antes de sair de carro. Quando não há visibilidade alguma para a rua, o melhor é tentar checar antes de sair”, orienta Paulo Inácio.

O subcomandante do 3º CRPM diz que as abordagens dos criminosos acontecem com maios frequência entre 18h e 23h, horários de chegada do trabalho e de saída para compromissos ou lazer. “Ao chegar em casa também é importante verificar se há veículos e pessoas estranhas na rua, caso haja, o melhor é dar mais uma volta no quarteirão”, explica Paulo Inácio.

Outra

Os assaltantes também costumam acessar as residências usando campainha e interfone. A ação pode se dar por meio de um pedido de ajuda para uma falsa emergência ou de um convite para conversar de um suposto novo vizinho. Quando o morador sai ao portão é o ponto de partida para que a abordagem de mais outros elementos aconteça.

O procedimento das vítimas após os ladrões adentrarem a casa, explica Paulo Inácio, é não reagir e deixar que levem o que pedirem. Logo após a saída, o indicado é entrar em contato com a PM. Quanto ao furto, situação na qual o morador está ausente, é recomendado manter contato com os vizinhos mais confiáveis para ocasiões como, por exemplo, as viagens.

Os registros das ocorrências na delegacia do roubo e, principalmente, do furto à residência são importantes para que se tenham os dados para a montagem das manchas criminais nas quais Polícia Civil e Polícia Militar se baseiam para planejar suas ações.

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