PMDB trabalha candidatura, mas não deixa a base do PT
Ao analisar o seu partido, Eli Rosa disse que o PMDB teve uma derrocada ao longo de duas décadas “por uma ideia miúda de excluir as pessoas que querem o bem da cidade” explicou Eli
MARCOS VIEIRA
A vontade de lançar candidato a prefeito de Anápolis em 2016 foi manifestada primeiramente pelo diretório estadual do PMDB, mas não se trata de algo isolado. O presidente da sigla na cidade, vereador Eli Rosa, disse nessa última semana que comunga da ideia. “Por que não? O PMDB é o maior partido que esse País tem. A grande maioria dos eleitos está nele”, comentou Eli Rosa, que surge como principal nome para encabeçar essa eventual chapa majoritária.
Com um perfil agregador, o vereador analisou o comportamento do seu partido nos últimos anos em Anápolis. “Infelizmente o PMDB no nosso município não soube fazer uma coisa que na política é necessário, que é dividir poder. Só assim é possível avançar. O partido na cidade teve uma derrocada ao longo de duas décadas por conta de uma ideia miúda de excluir as pessoas que querem o bem da cidade”, explicou Eli.
Essa visão teria feito o partido encolher, embora ainda exista um capital eleitoral peemedebista em Anápolis, que pode ser comprovado através da votação conquistada por Iris Rezende no 2º turno de 2014. O cacique teve 44.204 votos, algo expressivo se comparado ao desempenho local dele em outras eleições. Para Eli Rosa, uma melhor gestão do partido nos últimos anos também teria revertido em mais representatividade. “Não teríamos apenas um vereador na Câmara Municipal”, disse.
Essa ampliação do poder político de Anápolis, inclusive, é um dos principais temas das falas de Eli Rosa na tribuna da Câmara Municipal. O vereador atua principalmente nas áreas da saúde e meio ambiente, mas gosta de analisar o cenário local. Para ele, a consequência da baixa representatividade na Assembleia Legislativa – hoje somente com o deputado Carlos Antonio (SD) – reflete na demora na conclusão de projetos estaduais importantes para Anápolis.
Eli Rosa disputou mandato de deputado estadual em 2014. Conquistou 8.031 votos no geral. Desses, 6.762 vieram de eleitores anapolinos. Segundo os discursos do peemedebista, candidatos de fora conseguem o voto local com muita facilidade, mesmo o cidadão tendo a experiência de que esse deputado ‘forasteiro’ não pisará na cidade ao longo de todo o seu mandato. A perda para Anápolis é prevista, mas assim mesmo o eleitor não volta os olhos para nomes com capacidade de apresentar bons projetos na Assembleia.
Aliado
Apesar do anúncio de uma pré-candidatura, Eli Rosa disse que o PMDB segue apoiando a gestão do prefeito João Gomes (PT) na Câmara Municipal. “Uma coisa não tem nada com a outra. Não podemos ser inimigos políticos. Podemos até ter adversários, mais inimigos não. Quem trabalha com a ideia da inimizade política, está ferindo de morte diretamente o povo. E não é esse meu pensamento”, analisou o vereador.
Como prova dessa aliança, ele citou as gestões que fez junto à então deputada Iris Araújo que resultaram em emenda de R$ 1,5 milhão para Anápolis. Para reabertura da UTI Pediátrica da Santa Casa foram destinados R$ 500 mil. Mais R$ 600 mil também vão para unidade, para custeio. Os outros R$ 400 mil vão para a prefeitura, para postos de saúde. “Qual o partido que já fez parceria com a administração, que já fez algo desse montante?”, questionou Eli.
Sobre uma possível indicação do vice de João Gomes, o vereador afirmou que isso é um sinal que o PMDB cresceu na cidade nos últimos tempos. “Porque no passado isso já foi almejado e não foi possível”. Esse avanço seria fruto de uma gestão partidária se utilizando dos princípios da “discussão e inclusão”. “O PMDB hoje tem um grande projeto e não é incluir no partido somente um grupo de políticos, mas sim incluir o anapolino, que é o verdadeiro dono desse município”, frisou o presidente.