Comércio do Bairro Jundiaí clama por segurança

Comerciantes do Bairro Jundiaí se encontraram com oficiais da Polícia Militar, no GGIM, para cobrarem mais segurança pública

 

LUANA CAVALCANTE 

“Meu comércio já foi arrombado e a sensação de insegurança é constante para a gente que precisa ficar com as portas abertas até tarde da noite”. Essa declaração é de Eder Melo, que administra uma lanchonete na Avenida São Francisco, no Bairro Jundiaí. Ele e outros empresários, que também possuem seus estabelecimentos na região, se encontraram na terça-feira (14), no Gabinete de Gestão Integrada do Município (GGIM), com autoridades e representantes da segurança pública de Anápolis.

A intenção foi pontuar os problemas para buscar soluções rápidas e eficazes. O empresário Antônio Carlos Kanaan também vivencia o mesmo drama. Desde fevereiro de 2013 abriu seu estabelecimento comercial na Avenida São Francisco e afirma que o desenvolvimento do setor também trouxe um grande número de pedintes. “Alguns que a Secretaria de Desenvolvimento Social ampara já conhecemos, muitas vezes ajudamos, mas o índice de criminalidade vem aumentando”, desabafa Antônio Carlos. Ele ressalta que os traficantes aliciam os moradores de rua e esse é o principal problema que os empresários não encontram solução.

Geovana Cadurim esclarece que as dificuldades com pedintes vão além do incômodo dos clientes. “Minha loja só tem meninas e eles ficam coagindo. Nos ofendem, chegam a ir lá umas cinco vezes na mesma noite. Uma das estratégias que usamos foi contratar uma equipe de segurança particular”, comenta.

O grupo com cerca de dez empresários enfatizou que quando pede o apoio da Polícia Militar, poucas vezes são atendidos. Eles contam que quando solicitada a viatura existe a demora ou simplesmente ela não aparece. Para responder as reclamações, o comandante do 38º Batalhão da Polícia Militar (38º BPM), tenente-coronel Carlos Henrique Silva, o major Gerson de Oliveira Pinho e o delegado Daniel Nunes compareceram a reunião.

O comandante 38º BPM disse que o encontro era uma oportunidade de ouvir as demandas e buscar estratégias para resolvê-las. Em seu discurso, ele pontuou que faltou algum representante de assistência social da cidade na reunião, já que as observações feitas pelos empresários envolvem pessoas em situação de rua. O tenente-coronel avaliou que a questão precisa da união de todos para traçar um caminho.

Carlos Henrique ressaltou que o fim do Serviço de Interesse Militar Voluntário Especial (Simve) diminuiu consideravelmente o número de efetivo na rua e, por isso, algumas regiões sentem esse déficit. Outro ponto ressaltado pelo comandante é em relação a outras ocorrências que a PM precisa atender como, por exemplo, as de acidente de trânsito.

“A sociedade clama por segurança e a PM é a face principal dessa demanda. Mas ela não é a única, ela faz prevenção, temos falhas. Mas tem um ciclo, existem outros órgãos que precisam de atenção”, declarou o oficial. O comandante ressaltou ainda que os empresários pediram, se organizaram, e com a demanda em mãos a PM fará sua parte.

O major Pinho anunciou a criação do programa “Chamada Mais Segura”, que tem como principal objetivo melhorar justamente a comunicação entre a PM e a população. “Uma ação já utilizada na Capital e deu muito certo. Serão criados grupos por meio da rede social Whatsapp para trocar informações com a comunidade. Inclusive envio de fotos de presos, para as pessoas ficarem atentas e assim que os verem em liberdade, avisar”, explicou.

O delegado de Polícia Civil, Daniel Nunes, destacou durante a reunião que a falta de efetivo e leis pouco severas são impasses na luta contra a criminalidade. Ele destacou que muitas vezes uma pessoa que foi presa não passa mais de 40 dias encarcerada, retorna as ruas e pratica o mesmo crime. Ele também sugeriu uma união de forças para tentar solucionar questão.

O diretor do GGIM, Franklin Pfrimer, que também participou da reunião, disse que a administração municipal está atenta a demanda e citou a apoio no pagamento de banco de horas para a Polícia Militar e também toda a estrutura das câmeras de segurança que foram instaladas em Anápolis. “Colocamo-nos à disposição para ouvir os empresários e resolver da melhor forma possível”, falou.

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