Corpos de prefeito e esposa são velados em Matrinchã
Os corpos do prefeito Daniel Antônio de Souza (PTB), de 50 anos, e da esposa Elizeth Bruno de Barros, de 40 anos, que foram encontrados mortos na chácara onde moravam, são velados nessa quarta-feira (05/07) a partir das 8 horas na Igreja Matriz de Matrinchã. O enterro esta previsto para às 4 horas da tarde, no Cemitério Municipal da cidade.
O prefeito e a esposa foram encontrados nesta terça-feira (4) com corte nas gargantas provocados por uma arma branca. A perícia concluiu que a mulher do gestor também tinha um afundamento no crânio, que pode ter sido causado provocado pelo golpe de algum objeto. Rastros de sangue encontrados do lado de fora da casa indicam que pelo menos um deles foi morto na parte externa da residência e arrastado para dentro, segundo as investigações.
Os corpos foram encontrados por dois assessores. O prefeito era aguardado para uma reunião nesta manhã, mas, como estava demorando a chegar, os funcionários pediram que um motorista fosse buscá-lo. Segundo a assessora de gabinete do gestor, Maria Cecília Ribeiro, quando o condutor chegou ao local, viu marcas de sangue no local e chamou os servidores.
A Associação Goiana de Municípios (AGM) informou, em nota, que está “enlutada” e “lamenta o fato”. O presidente do órgão, Cleudes Bernardes Baré, disse que tomou conhecimento da notícia quando viajava para Brasília, onde cumpriria uma agenda junto a Confederação Nacional de Municípios. Logo que soube, ele retornou a Goiânia para acompanhar o desenrolar da investigação.
Desvio de verba
O prefeito era investigado por desvio de verba pública, segundo o secretário de Agricultura do município, Moacir Lucas. A Câmara de Vereadores abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar essas irregularidades, mas ainda analisava documentos apresentados pelo gestor.
Segundo o secretário do município, os vereadores apuravam denúncias feitas por moradores de que o prefeito desviava verbas públicas nos contratos de abastecimentos de carros em postos de combustíveis e também na contratação de um farmacêutico. Porém, os políticos ainda analisavam as documentações.
“A denúncia foi feita em junho e, desde então, os vereadores estavam colhendo dados. O prefeito já tinha reunido toda documentação e entregou para a comissão. Eles ainda iam começar a analisar esses documentos”, explicou o secretário.
Porém, o secretário não acredita que essa investigação tenha ligação com o crime. “Não vejo que esse crime tenha ligações políticas, pois ele era carismático, as denúncias ainda estavam sendo apuradas e ele tinha toda documentação, mas ainda não sabemos o que motivou esse assassinato”, disse.
A Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese, mas informou que ainda não tem informações sobre os processos de improbidade administrativa contra o político.