Esquenta a pré-campanha

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ORISVALDO PIRES

Com a aproximação do prazo final para filiações partidárias dos políticos que almejam disputar mandato no ano que vem, o caldeirão político-eleitoral em Anápolis começa a entrar em estado de ebulição. Enquanto de um lado está a pré-candidatura do prefeito João Gomes (PT) à reeleição, do outro se articulam as demais forças políticas interessadas em impedir a continuidade do governo petista. No entanto, até o momento, nenhum dos demais projetos que se apresentam como alternativa ao status atual está definitivamente pronto, organizado suficientemente para colocar em risco o projeto do administrador atual.

Com a ascensão de Miguel Marrula ao mandato de vereador, o Democratas adotou estratégia mais agressiva de oposição ao governo de João Gomes e, de maneira especial, ao PT. O plano deu certo. Em curto espaço de tempo o DEM se firmou junto à opinião pública como a maior expressão oposicionista à administração municipal. A cúpula democrata passou a utilizar com mais frequência os meios de comunicação para engrossar as críticas ao Paço Municipal. A recente visita do senador Ronaldo Caiado à cidade reforçou ainda mais esta postura. A próxima etapa é o DEM superar o desafio de aproximar o partido das causas populares e sair da condição de coadjuvante para assumir posto de protagonista.

Os partidos da base aliada ao governo estadual, liderados pelo PSDB, estão em compasso de espera. Todos aguardam a decisão dos tucanos sobre a estratégia a ser adotada, para aí sim definir seu rumo. Nos debates internos ainda não aconteceu consenso. Pelo menos cinco nomes disputam a indicação como pré-candidato a prefeito. Nas últimas semanas, no entanto, foram feitas duas mexidas no tabuleiro da social democracia. O ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Frederico Jaime, atual chefe de gabinete do governador Marconi Perillo, entrou no circuito e adotou postura de contestador da administração petista.

Em várias entrevistas, Frederico Jaime buscou a habilidade necessária para preservar a pessoa de João Gomes –aliado do governador Marconi Perillo – e ao mesmo tempo bater forte no PT. Em seguida, em reunião realizada em Goiânia, com presença da cúpula tucana anapolina, aceitou se filiar ao partido. E a partir daí iniciou uma série de articulações com o deputado federal Alexandre Baldy. Os dois se encontraram em Goiânia na semana passada e agora, de novo, em Anápolis. Por outro lado, na edição passada do Jornal Estado, o prefeito João Gomes disse ao jornalista Marcos Vieira não acreditar que o PSDB seja seu principal adversário na eleição de 2016. “Estamos conversando com todas as forças políticas”, disse o prefeito. Tirar o foco do PSDB seria uma estratégia política ou uma deferência à boa relação com o Palácio das Esmeraldas?

Por fora correm outras forças partidárias que encaram o desafio de abrir espaços no jogo político, como o PSD – que oficializou Vander Lúcio Barbosa da Silva como seu pré-candidato e que pertence ao chamado G4 ao lado de PEN, PPS e PHS – ou reconquistar os espaços perdidos, como o PMDB, que busca se reorganizar depois da saída dos Santillo e aliados após as últimas eleições municipais. O presidente da comissão provisória peemedebista, vereador Eli Rosa, é a bola da vez. No entanto, o partido ainda vive uma incógnita, já que pretende ter candidato próprio a prefeito mas ao mesmo tempo é aliado do governo de João Gomes na Câmara Municipal.

A partir do início de outubro será possível perceber com que humor os partidos iniciam o ciclo dos doze meses que antecedem as eleições. A expectativa é que gradativamente serão apimentados os debates, a troca de críticas entre os partidos. Esta é a característica da discussão política em Anápolis. Depois de algum tempo, avizinha-se uma disputa quente, acirrada e aberta. Vai sobreviver quem entender melhor o que pensa o eleitor anapolino, esse ‘ser’ difícil de decifrar.

 

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