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MARCOS VIEIRA

Segunda-feira é Dia da Independência do Brasil. Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I se dirigia a São Paulo para resolver algumas disputais políticas locais quando foi alcançado por um mensageiro, com uma carta de Portugal cobrando obediência à corte dominante. O príncipe regente decidiu então proclamar a independência do Brasil – já havia uma forte disputa iniciada a partir do ano anterior. Dom Pedro I virou imperador. Portugal demorou três anos para reconhecer o novo País.

São 193 anos de independência e 515 de existência a partir do ‘descobrimento’ de Pedro Álvares Cabral. Dizem que é muito pouco, que os países mais desenvolvidos são civilizações bem mais antigas. É lógico que o assunto é complexo, e que qualquer tese não caberia em espaço tão curto como esse, mas parece óbvio que não precisaremos passar por um processo de depuração de comportamento em sociedade enfrentado por populações que surgiram antes mesmo das leis.

Ao surgir em uma era mais moderna, o Brasil teria a vantagem de ter como exemplo os outros países. E uma vez ciente do que já aconteceu, evitaria os erros e miraria os acertos. Parece que não. Certos acontecimentos nos levam a crer que somos sim uma sociedade aguardando o desenvolvimento. Quando na rua um homem esmurra e joga uma senhora ao chão para roubar seu carro lamentamos que a barbárie seja algo comum nas grandes cidades. Ao ver no noticiário que um detentor de cargo público surrupiou milhões de reais do governo, constatamos que estamos um passo atrás.

Somos de fato um povo pacífico? Na grande maioria sim. Mas vivemos em uma sociedade violenta. É um verdadeiro paradoxo: uma sociedade da paz ter tantos elementos dispostos à guerra contra os seus próprios semelhantes.
Somos privilegiados pela natureza. Também sim, mas até quando? Porque a falta de educação do povo e os políticos corruptos, que não se preocupam em criar mecanismos de proteger nossos patrimônios naturais, colocam em xeque a existência de rios e florestas em um futuro próximo.

O 7 de Setembro precisa ser comemorado? Sim, é uma data histórica, mas o espírito crítico cai bem nesses momentos – embora muita gente nem ligue, preocupadas apenas com o feriadão. O que se espera é que os radicais descerebrados não entendam os desfiles, cheio de militares, tanques, armamentos e outros artefatos como uma ode à ditadura. O momento não é para isso (aliás, nunca será). Pelo menos agora, deixemos de lado outra característica desse povo brasileiro: a de ter ideias completamente estapafúrdias e dignas de arrependimento.

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