Entidades assistenciais de Anápolis vão receber ajuda  

Superintendente de Direitos Humanos, Onaide Santillo frisa importância da ajuda que será dada às entidades, que cumprem papel importante na rede de assistência social local

 MARCOS VIEIRA E ORISVALDO PIRES

 Na próxima terça-feira, dia 29 de setembro, 37 entidades assistenciais de Anápolis vão assinar convênio em Goiânia, com a Secretaria Cidadã, que vão garantir a elas isenção de água e energia elétrica, além de suprimento diário de pão e leite para os seus atendidos. A notícia foi dada pela superintendente estadual de Direitos Humanos, Onaide Santillo, que em entrevista ao Canal Anápolis (Canal 5 da Net) na última quinta-feira (24), também falou do trabalho na área, dos avanços e das necessidades. Confira a seguir os principais pontos da conversa.

 

Quando se fala em direitos humanos, a primeira imagem que vem é das pessoas privadas de liberdade. Mas o que na verdade se discute na área?

É o direito à vida, de ser quem você é. E o interessante é que temos dois lados. Primeiro são os direitos da pessoa humana, os direitos que todos nós temos de viver, de ter saúde. E ainda tem os direitos individuais. Por exemplo, tem a Declaração dos Direitos do Homem. Mas eu quero os direitos da mulher, que são diferentes, que têm suas particularidades. A mesma coisa a pessoa com deficiência, que tem direitos além dos que temos normalmente. Por exemplo: o direito de uma cidade com calçadas sem buraco, o direito de ir e vir. Temos que lembrar o direito à pessoa idosa, que tem o direito de ter autonomia na sua vida, ter assistência à saúde. Então os direitos humanos são múltiplos.

 

É uma pasta extensa. Isso que fez com que a senhora topasse o desafio de assumi-la?

Sem sombra de dúvida. O governador me chamou e me pediu que então pegasse esse viés dos direitos humanos. Porque antes a superintendência estava na Secretaria de Segurança Pública, e tinha essa linha de atender as pessoas em privação de liberdade. Mas agora não, pois estamos fazendo um trabalho mais amplo. Tanto é que estamos fazendo conferências conjuntas dos direitos humanos, que são da criança e do adolescente, da pessoa idosa e da pessoa com deficiência. E o que é uma conferência? É você conferir se as leis estão sendo aplicadas, se os direitos estão sendo garantidos.

 

É uma sequência de trabalho, pois vocês estão vendo o que foi feito e o que não se fez.

Exato. Quais as políticas que estão na lei e quais estão sendo aplicadas? Nós estamos fazendo essas conferências a nível regional. Nós já fizemos em Uruaçu, em Aparecida de Goiânia, em Flores de Goiás e em Rio Verde. A próxima será em Iporá. Depois faremos em Jussara, Cidade Ocidental e vamos fazer em Anápolis também.

 

A senhora tem uma notícia boa de convênios que serão firmados em Anápolis.

Sim. A Superintendência dos Direitos Humanos faz parte da Secretaria Cidadã, que é o braço de assistência social do governo, tanto na área do trabalho, quanto no atendimento às vulnerabilidades. E um dos objetivos do governador Marconi Perillo é ajudar aquelas entidades que fazem um trabalho assistência. O Estado não dá conta de fazer todo o trabalho assistencial. Precisamos de ONGs, de associações. E sabemos que elas não dão conta de algumas coisas, pois as necessidades são muitas, e os colaboradores nem sempre são suficientes. Então vamos ter no próximo dia 29, às 9h, em Goiânia, na Secretaria Cidadã, a assinatura de 37 convênios com entidades de Anápolis, para que recebam a isenção de energia elétrica, água, e ainda recebam pão e leite diariamente para os seus atendidos.

 

Qual foi o critério para escolha dessas entidades?

Olha, qualquer entidade pode solicitar isso. Então ela precisa ter seu estatuto; estar registrada; precisa ter uma diretoria e precisa que atenda diariamente as pessoas. Então o pão e o leite só vão para aquela entidade que atenda diariamente as pessoas. Aí entram abrigo de criança, comunidades terapêuticas que chamamos de casas de recuperação, entre outras. Algumas dessas 37 vão fazer a renovação de contrato, o governador já faz isso. Outras vão assinar o contrato pela primeira vez para ter esse apoio.

 

E isso terá um significado importante para essas entidades.

Você imagina uma comunidade terapêutica que tem até 50 pessoas tomando banho diariamente, tem que lavar roupa, uso constante da energia elétrica. Se a entidade tem a isenção dessas taxas, realmente é uma ajuda muito boa. E o pão e o leite. Alguns pensam “pão e leite são baratos”. Mas você soma isso diariamente, para 40, 50 pessoas. Realmente é uma ajuda muito boa e é o governador valorizando as entidades que fazem o trabalho de assistência social.

 

A senhora acha interessante a rede de entidades que temos em Anápolis?

Sim, temos uma rede muito importante, que inclusive tem o apoio do GEED, que é o Grupo Executivo de Enfrentamento às Drogas, dando todo o suporte com informações e capacitações para os trabalhadores dessas entidades. Com certeza temos aqui essa rede importante, que atende não só Anápolis, mas municípios da região.

 

As minorias têm procurado as superintendências para discutir seus direitos?

Vejo isso de uma forma extraordinária. A pessoa com deficiência tem reclamado muito, porque ele já sentiu que ele pode sair, precisa estudar, pode trabalhar, mas nem sempre o sistema de mobilidade da cidade permite isso. A calçada tem um desnível grande ou uma rampa íngreme, fora do padrão que seria o correto. Então tudo isso dificulta o que a gente quer, que é a autonomia da pessoa com deficiência. Outra coisa é a respeito da deficiência visual. Precisamos de um atendimento mais específico, pois ele precisa de material diferente, em braile. Agora, o interessante é que a pessoa idosa tem corrido muito atrás de seus direitos. Eles vão às conferências, eles usam a palavra, e isso é muito bom, pois o idoso sabe que ele pode produzir, que ele pode ajudar e não é um peso para a família, pois ele continua tendo autonomia.

 

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