A um ano das eleições Anápolis tem mais de dez pré-candidatos a prefeito  

Partidos pulverizam nomes de pré-candidatos para disputar prefeitura contra candidato à releição João Gomes

ORISVALDO PIRES

Se em 2012 poucos se aventuraram a enfrentar Antônio Gomide (PT), que alcançava a marca estratosférica de quase 90% de aceitação nas pesquisas de intenção de votos, para 2016 o quadro é totalmente inverso. A um ano das eleições municipais, considerando os partidos que já oficializaram seus pretendentes à Prefeitura de Anápolis e aqueles que declaram abertamente o projeto de candidatura própria, podem ser contados mais de dez pretendentes ao mandato de prefeito. No decorrer do tempo, estima-se a metade fique pelo caminho, já que a expectativa é da consolidação de cinco a sete candidaturas até as convenções partidárias marcadas para julho.

Neste momento os partidos se engalfinham para ocupar espaço no debate político e, via de regra, a estratégia mais eficiente para manter prestígio na hora de decidir quem realmente vai para a campanha, é apresentar pré-candidatura própria ao cargo majoritário. É possível assegurar que, na disputa eleitoral de 2016, pelo menos três projetos intimamente antagônicos entre si buscam conquistar o eleitor: a candidatura natural à reeleição do PT, o postulante do PSDB que representa a base aliada ao Palácio das Esmeraldas, e o candidato do DEM, que se opõe tanto à gestão petista em Anápolis quanto a administração tucana no âmbito estadual. 

PT

Em 2012, o Partido dos Trabalhadores teve apoio de 13 outras siglas na disputa vitoriosa da reeleição do prefeito Antônio Gomide: PSC – PPL – PR – PCdoB – PP – PMDB – PTN – PRB – PRP – PTB – PSB – PMN e PCO. Agora, na tentativa de reeleição do prefeito João Gomes, o desafio é não apenas manter apoios anteriores, mas ampliar a aliança. O PT foi o primeiro partido a oficializar sua pré-candidatura e definir Antônio Roberto Gomide como articulador do processo. Podem caminhar com os petistas: PTB, PCdoB, PMN, PRP, PR, PPL, PRB e PCO. O comando partidário ainda não perdeu as esperanças de contar com apoio de outras legendas que já acenaram com desejo de candidato próprio, casos de PSB, PMDB, SD e também o PP, do senador Wilder Morais que nos últimos dias se encontrou com João Gomes. O PDT também está na lista de desejo petista.

PSDB

Na campanha que culminou com a reeleição do governador Marconi Perillo, em 2014, o PSDB formou aliança com PRB, PP, PDT, PTB, PSL, PR, PPS, PHS, PMN, PTC, PV, PEN, PSD, PTdoB e PROS. No pleito municipal de 2012 os tucanos apoiaram a candidatura de Wilson Oliveira (DEM), ao lado de PSL e PV. E agora, para 2016, o PSDB já solidificou projeto de candidatura própria, apresentando inicialmente cinco nomes: Alexandre Baldy, Fernando Cunha, Onaide Santillo, Victor Hugo de Queiroz, Ridoval Chiareloto e Frederico Jayme Filho.  Nos bastidores, a aposta é que o deputado federal Alexandre Baldy somente não será candidato se não quiser. E que a escolha ficaria afunilada entre seu nome e do vereador licenciado Fernando Cunha. Embora Onaide Santillo apareça bem colocada em pesquisas de intenção de voto realizadas para consumo interno.

DEM

Com o senador Ronaldo Caiado na crista da onda no cenário nacional, como feroz algoz do governo Dilma Rousseff, o DEM se habilita como desafiante na campanha eleitoral que se avizinha. O partido mostra-se aberto a alianças com qualquer partido – menos o PT. No entanto, deixa claro que vai disputar o pleito majoritário, embora os nomes apresentados não contem com forte apelo eleitoral. Há alguns dias, em Anápolis, Ronaldo Caiado lançou o presidente do diretório local, Carlos Cezar Toledo, pré-candidato a prefeito. O DEM também se aproveita de um bom momento na política interna, quando se firma como oposição do PT e ao governo João Gomes. De maneira especial a partir da atuação do vereador Miguel Marrula na tribuna da Câmara Municipal. O partido também iniciou tratativas com o PMDB, mas o projeto ainda não decolou.

PMDB E SD

Com a ascensão do vereador Eli Rosa à presidência da comissão provisória do partido em Anápolis, o PMDB se inseriu de vez na relação das siglas que buscam candidato próprio nas próximas eleições. Eli Rosa lê a cartilha de Iris Rezende e, estrategicamente, aproximou-se de estrelas tradicionais do partido na cidade. O intuito é manter-se como o ‘novo’ no processo sucessório e, ao mesmo tempo, aproveitar-se da força eleitoral que o PMDB ainda mantém no município.

O Solidariedade (SD) tem no nome do deputado estadual Carlos Antônio sua melhor cartada para disputar a Prefeitura. Embora ainda não oficializada, a pré-candidatura do parlamentar é dada como certa. Seu nome tem aparecido à frente em pesquisas de consumo interno. O SD integra a base de sustentação do governo João Gomes e, ao mesmo tempo, da administração tucana de Marconi Perillo. Uma salada de ligações políticas que deve ser temperada e mantida em fogo brando por Carlos Antônio até as vésperas da decisão sobre a candidatura.

PSB E PP

No apagar das luzes do prazo final de filiações (2 de setembro) com vistas à disputa eleitoral do ano que vem – segundo as ‘antigas’ regras do calendário eleitoral – o PSB acolheu a filiação do ex-deputado estadual e atual vereador, frei Valdair de Jesus Costa, ex-PTB. Não é segredo para ninguém – e ele mesmo faz questão de confirmar – que frei Valdair é pré-candidato a prefeito. Sua chegada ao recanto socialista teve as bênçãos de Vanderlan Cardoso (presidente metropolitano) e do vereador Jakson Charles.

No entanto, para os petistas, o PSB ainda está na lista dos partidos aos quais ainda se busca entendimento para a disputa das eleições. O mesmo se aplica ao Partido progressista (PP), que no âmbito municipal trabalha a pré-candidatura do ex-deputado federal Pedro Chaves Canedo. O médico, inclusive, já articula este projeto nas bases partidárias e junto a possíveis aliados. Antes sob comando do vice-governador José Eliton (recém-filiado ao PSDB), o PP agora conta com a liderança do senador Wilder Morais (ex-DEM).

G4, PSC, PTN E PROS

Os partidos que formam o chamado G4 (PPS, PSD, PHS e PEN) apresentam pelo menos cinco nomes que, segundo análise do grupo, poderiam ocupar a vaga de candidato a prefeito em 2016. O PPS, que elegeu Ernani de Paula em 2000, tem agora o ex-vereador André Almeida. No PHS aparecem Elismar Veiga (que foi candidato em 2012) e a ex-vereadora Gina Tronconi.  O PEN é representado pelo ex-vereador Domingos de Paula. Já o PSD, que no âmbito regional é comandado pelo deputado federal Vilmar Rocha, oficializou recentemente a pré-candidatura de Vander Lúcio Barbosa da Silva.

O vereador Wederson Lopes confirma que o PSC também trabalha para viabilizar candidatura própria a prefeito. Segundo ele, dois nomes se colocaram à disposição: o vereador Jerry Cabeleireiro e o advogado Valeriano Abreu. O partido também está nos planos do PT. O comerciante João Vaz disponibilizou-se a ocupar vaga de candidato pelo PTN, que também tem opção em apoiar uma possível candidatura do PSDB. O PROS filiou o ex-prefeito Ernani de Paula, cassado em 2003, e busca viabilizá-lo como pré-candidato.

PSOL, PDT E OUTROS

As articulações são tímidas, mas o PSOL pode emplacar Élber Sampaio pré-candidato a prefeito. Ele disputou a eleição em 2008. O PDT, liderado no estado pela deputada federal Flávia Morais, tende a apoiar outro projeto. O ex-deputado José de Lima perdeu espaço no partido, ao qual ainda está filiado. Os pedetistas são assediados pelo PT. Na eleição para governador, partidos como PSL, PTC, PV e PTdoB caminharam com o PSDB. Aguardam-se ainda articulações mais ativas de partidos como PSTU, PCB, PRTB e PSDC. A Rede Sustentabilidade está em processo de formação e, em breve, deve apresentar suas possibilidades. Os também recém-criados NOVO e PMB (Partido das Mulheres do Brasil), pelo que consta, ainda não têm representações em Anápolis.

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