Roubo de carro cresce 98% em 2015; furto segue igual  

Já o furto, quando o veículo é levado sem a presença da vítima, foram 337 casos em 2014, de janeiro a setembro. No mesmo período desse ano, foram 334 ocorrências

LUIZ EDUARDO ROSA

O roubo de veículos em Anápolis vem crescendo nos últimos meses, enquanto os furtos diminuem. Segundo a Polícia Militar, como a tecnologia colabora para aumentar a segurança do automóvel – com chaves codificadas e alarmes – o bandido tem preferido tomá-lo de assalto do dono, obrigando-o que desligue qualquer dispositivo que possa impedir que ele leve o bem.

Na madrugada de uma sexta feira, dia 9 último, um homem, que preferiu não revelar o nome, deixou uma amiga em casa, no Setor Mirage, quando foi vítima de um roubo. Ele estava em seu carro e vinha sendo acompanhado por outro veículo, com mais três amigos.  No momento em que ele estacionou para deixar a amiga, cinco criminosos renderam todo o grupo e levaram, sem violência, o carro do homem.

Dos ocupantes do outro carro, os bandidos exigiram apenas carteiras e aparelhos de celular. A todo o momento eles pediam calma às vítimas e afirmam que ficaria tudo bem. “Estranhei esse comportamento, pois geralmente os assaltantes exigem mais bens e geram uma situação de tensão”, relatou o dono do carro que foi levado pelos criminosos.

O veículo foi localizado abandonado, por volta das 8h de sábado, dia 10, na zona rural de Bonfinópolis. Os bandidos levaram as quatro rodas do carro, deixaram a chave no contato e pulverizaram o pó químico do extintor na lataria e dentro do automóvel, para evitar a coleta de impressões digitais.

Este é um retrato do que se passa em Anápolis no que diz respeito aos crimes contra o patrimônio. Os números do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil apontam um crescimento de 98% nos roubos de veículo na cidade entre janeiro e setembro, na comparação de 2015 e 2014.

Enquanto no ano passado foram registrados 147 casos, nos primeiros nove meses de 2015 o número de ocorrências chegou a 291. São 144 registros a mais.

Já o furto, quando o veículo é levado sem a presença da vítima, foram 337 casos em 2014, de janeiro a setembro. No mesmo período desse ano, foram 334 ocorrências, ou seja, a quantidade é praticamente a mesma. Já o 3º CRPM aponta 251 furtos de veículos nos primeiros nove meses de 2015, destoando dos dados do Neac.

“O bandido já não tem a mesma facilidade de abrir com a chave micha e fazer ligação direta como nos carros mais antigos, isso devido a codificações e itens pensados para a segurança do veículo”, aponta o comandante do 3º CRPM, coronel José Antônio de Lemos Filho.

Segundo o relatório do Neac, o horário de maior incidência de roubos é entre 18h e meia-noite. O coronel Lemos lembra que esse período é de saída do trabalho e entrada na faculdade.  Já no caso de furto, o período de maior incidência é entre 12h e meia-noite. O que os estudos do Neac apresentam é que por mais que a maior parte dos furtos aconteça no período da tarde e da noite, de 2014 para 2015, outros horários do dia vem também tendo crescimento, diminuindo cada vez mais o intervalo em que a incidência é menor.

 

Combate

A PM tem conseguido recuperar mais veículos furtados ou roubados em Anápolis. Entre os meses de janeiro e setembro do ano passado foram 399 carros recuperados. No mesmo período desse ano, foram 463 casos. “O que é decisivo para se reaver o carro com maior sucesso é a rapidez no anúncio do roubo ou furto para a Polícia Militar, pois a mobilização consegue alcançar o criminoso com o veículo”, afirma o comandante do 3º CRPM.

Lemos conta que em certas situações o bandido ao perceber a proximidade da polícia já abandona o carro em algum local para se esconder. Porém, quando há demora na comunicação do roubo, aumentam as chances do bandido lograr êxito, pois ele consegue estar cada vez mais longe do local do crime, inclusive até tendo mais tempo para levar o veículo ao desmanche.

O Neac passou a funcionar na sede da Delegacia Geral no início de outubro, contando com uma equipe de analistas criminais formada por especialistas das polícias Militar e Civil. O núcleo centraliza dados acerca dos crimes notificados em boletins de ocorrências e também das solicitações de ação ostensiva da PM, elaborando o mapeamento dos tipos de crimes por região da cidade, características dos delitos, horários de maior ocorrência e demais informações. Com os dados reunidos e analisados são elaborados relatórios ou estudos. “O núcleo permitirá que tenhamos uma ação com mais eficiência, baseado em estudos das manchas criminais para podermos planejar a forma de atuar”, afirma o coronel Lemos.

 

 

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