“Consórcio Brasil Central é a boa novidade deste ano”

Expectativa em Goiás é que a união de Estados do Brasil Central traga ganhos em áreas como infraestrutura, educação e saúde; ponto alto seria a ferrovia Goiânia-Brasília

DA REDAÇÃO

O governador Marconi Perillo vai presidir o primeiro ano do recém instituído Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central. Além de Goiás, participam do Consórcio os Estados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia e o Distrito Federal. Depois de ser empossado presidente do Consórcio Brasil Central, o governador falou das prioridades da instituição nos próximos meses.

O senhor já tem planos para executar a frente do Consórcio?

O Consórcio dos Governadores do Brasil Central talvez seja a boa novidade que tivemos neste ano. Nós o estruturamos ao longo de cinco meses. Ele tem sua sede própria, já aprovamos as suas leis e estamos formalizando a sua constituição. Ele terá um fundo a ser aplicado em objetivos comuns para a região. Nós já estamos identificando as potencialidades comuns para desenvolvermos projetos em conjunto e de forma cooperada. Além das discussões de gestão e técnica, em cada reunião nós também estamos nos fortalecendo politicamente. Afinal de contas é um bloco de seis governadores que conta com 18 senadores, quase 60 deputados federais e que, com certeza, vai influenciar na agenda política do País. A cada reunião nós trazemos especialistas em educação, saúde, segurança, gestão pública e experiências exitosas que estão nos ajudando a adensar uma agenda para melhorar cada vez mais as condições de competitividade dos nossos estados.

Quais as ações prioritárias do Consórcio para o ano que vem?

Nós vamos continuar mês a mês nos reunindo. A próxima reunião será em Porto Velho. Em cada reunião a gente define uma agenda, que em Brasília foi a da formalização. Tivemos hoje um encontro com o empresário Jorge Gerdau, do Movimento Brasil Competitivo, e com vários empresários que nos trouxeram a agenda da reforma do Estado brasileiro – que já conta com o apoio de 14 governadores. Teremos ainda um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para discutirmos o pacto federativo. Estamos discutindo os fundos com o Ministério da Integração Nacional. A cada passo, a cada agenda, nós vamos aprofundando o debate do desenvolvimento regional, porque nós estamos em uma região muito homogênea do ponto de vista de potencialidades e de desenvolvimento econômico. Nós somos uma região rica, que contribui com o Brasil nas exportações, no emprego. Esse é um grande diferencial no momento em que nós temos uma agenda de crise no País.

Pode-se falar em valores para que o Consórcio seja gerido?

Nós vamos começar esse fundo com cada governador capitalizando com R$ 1,9 milhão. Vamos definir o que fazer com esses recursos, utilizando-os em projetos que possam gerar resultados satisfatórios para todos os estados. Depois, quando estivermos em melhores condições, nós vamos aportar mais recursos. Vamos trabalhar trocando experiências e buscando recursos que existem no Governo Federal e nas áreas do desenvolvimento regional, para celebrarmos parcerias comuns. Nós temos assuntos que interessam a Goiás e Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,  Goiás e Tocantins, Goiás/Brasília. Estaremos juntos, lutando juntos pelos nossos interesses e desenvolvimento da região.

Em Goiás onde são esperados os melhores resultados?

Em infraestrutura, educação, saúde, gestão. Na área de infraestrutura, por exemplo, nós estamos trabalhando com o governador de Brasília, há muito tempo, a continuidade dos projetos para a construção da ferrovia que vai ligar Brasília a Goiânia. Estamos concluindo a ponte que liga Goiás a Cocalinho no Mato Grosso. E assim sucessivamente. Temos uma agenda com o Tocantins para mais uma ou duas rodovias entre os dois estados.

Preocupa a dificuldade que o governo federal tem tido para aprovar o ajuste fiscal?

Claro que preocupa. O Brasil está vivendo uma crise política sem precedentes. Vivemos uma crise na economia que fez com que as receitas dos estados fossem diminuídas. Em Goiás, por exemplo, nós tínhamos uma expectativa de um crescimento de receita real de 8 a 10%. Vamos ter zero de crescimento real e isso acaba impactando os projetos, os investimentos, os serviços e uma série de projetos que devem ter continuidade. Nós diminuímos o ritmo das obras este ano. Inauguramos muitas obras importantes. E no ano que vem nós vamos dar continuidade, depois de muitos enxugamentos que fiz em Goiás e que outros governadores estão fazendo. As reformas precisam ser realizadas sob pena de o Brasil continuar parado.

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