Partidos reduzem o ritmo das articulações eleitorais

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Como o Brasil vive uma crise econômica que só se agrava, e o povo não está muito bem com os políticos, convém a eles neste final de ano evitar contato com o eleitor para pedir apoio

MARCOS VIEIRA

A mudança na lei, estendendo o prazo para filiações daqueles que serão candidatos até seis meses antes da eleição, colocou em marcha lenta, quase parando, as discussões de bastidores dos partidos. Como o Brasil vive uma crise econômica que só se agrava, e o povo não está muito bem com os políticos, convém a eles neste final de ano evitar contato com o eleitor, principalmente se for para pedir (neste caso, o voto).

Vem do PSDB o passo mais significativo entre os maiores partidos da cidade. Os tucanos passaram o ano mantendo todas as possibilidades eleitorais em aberto. Tanto é que a sigla chegou a ter cinco a seis pré-candidatos a prefeito. Nessa última semana, o presidente do diretório municipal, vereador Fernando Cunha, decidiu pedir licença para se dedicar ao fortalecimento do seu nome.

O afastamento do comando do PSDB local por 90 dias pretende evitar qualquer acusação de que Fernando Cunha estaria usando o cargo a favor do seu projeto eleitoral. O deputado federal Alexandre Baldy e a ex-deputada Onaide Santillo almejam – ou pelo menos estão à disposição – para a disputa de 2016. Outros tucanos estariam no páreo, embora ainda não tenham se declarado pré-candidatos: Ridoval Chiareloto, Frederico Jayme Filho e Victor Hugo Queiroz.

O PT fez a sua parte e anunciou que o prefeito João Gomes é o candidato a reeleição do partido, com o ex-prefeito Antônio Gomide na coordenação da futura campanha. Com a iniciativa, os petistas evitaram que 2015 fosse tomado por especulações de que o partido pudesse lançar outro nome para a disputa de prefeito. A atitude deu tranquilidade para que João Gomes cuidasse só da administração, que será sua vitrine na hora de pedir o voto.

A indecisão dos adversários acaba favorecendo o prefeito, que devido à força do cargo, naturalmente aparece mais. A oposição em Anápolis aposta no desgaste do PT nacional, mas é preciso que se crie um discurso mais consistente, calcado em propostas de melhoria da cidade, sobretudo em áreas como saúde, educação e segurança pública – essa última, mesmo de responsabilidade do Estado, já virou tema importante e decisivo nas disputas municipais.

O deputado estadual Carlos Antonio (SD) termina o ano animado e já admitindo sua pré-candidatura a prefeito. Algumas pesquisas de intenção de voto o colocam na liderança. Embora o próprio parlamentar admita que se trate de um cenário de momento, a posição o coloca em situação privilegiada na hora de atrair apoiadores para seu projeto.

E Carlos Antonio tem trabalhado justamente nisto: a formação de um grupo que sustente um projeto eleitoral do tamanho de uma candidatura a prefeito de Anápolis. Enquanto trabalha nisto, o deputado também mantém o SD, partido que preside, na base de João Gomes – são três vereadores na Câmara Municipal – e tenta fazer parte da lista dos candidatos da base do governador Marconi Perillo na cidade.

Um prazo mais longo para que os pretensos candidatos estejam filiados também esfriou o processo de troca de partido do pré-candidato José de Lima. O ex-deputado deixará o PDT, e isso parece acertado desde o início do ano. Ele busca uma sigla que lhe garanta palanque em 2016 e, ao mesmo tempo, não perca a suplência conquistada nas urnas em 2014. José de Lima não quer abrir mão do direito, caso haja rearranjos na Assembleia, de assumir uma titularidade.

A cúpula estadual do PMDB confirmou Eli Rosa como pré-candidato a prefeito e fortaleceu seu nome dentro do partido ao lhe garantir a permanência no comando municipal da sigla, mas a própria indefinição dos líderes peemedebistas goianos – que não se entendem nem enquanto grupo partidário – atrapalha a negociação com possíveis aliados. Enquanto isso, Eli Rosa usa a estratégia de falar de ideias que tem para a administração, ao invés de se concentrar no debate político partidário tradicional do período pré-campanha.

O PSB anapolino deu um passo decisivo este ano, e firmou a posição de lançamento de candidatura própria em 2016, ao trazer para o partido o vereador Frei Valdair de Jesus, que negociava a saída do PTB justamente por não ter a garantia de que teria palanque para disputar o cargo de prefeito.

O PP manteve a pré-candidatura do ex-deputado federal Pedro Canedo. O Pros deixa em aberto a possibilidade do ex-prefeito Ernani de Paula disputar uma chapa majoritária. O DEM também afirma que será protagonista de uma coligação, embora ainda não tenha apresentado um nome. Para os políticos, 2016 começa mesmo só depois do carnaval.

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