Marconi anuncia apoio a medidas do Governo Federal de combate ao Zika vírus

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A disseminação de casos de má formação encefálica relacionados ao vírus conhecido por Zika, em crianças recém-nascidas, que começou na região Nordeste e já se espalhou para o Norte e o Sudeste, levou a presidente Dilma Rousseff a formar, com os governadores, uma frente de trabalho para o enfrentamento da doença.

Convocados pela presidência da República, neste dia 8, governadores, vice-governadores de alguns estados, além de prefeitos e secretários de saúde, dentre eles Marconi Perillo, de Goiás, estiveram no Palácio do Planalto para discutir o Plano de Enfrentamento à Microcefalia. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, até 28 de novembro deste ano já haviam sido notificados 1.248 casos da má formação em bebês. A maior parte deles em estados do Nordeste e relacionados ao Zika vírus.

O plano trabalha em três frentes: combate ao Aedes aegypti, atendimento às crianças diagnosticadas com a má formação e às famílias, e desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para enfrentar essa nova situação. A intenção da reunião desta terça-feira foi garantir que os gestores estaduais separem recursos para essas ações.

Na semana passada, o secretário da Saúde de Goiás, Leonardo Vilela, apresentou as medidas adotadas no Estado para o controle do Aedes aegypti e monitoramento do Zika vírus. Entre elas, está a edição de resolução que torna compulsória a notificação de todos os casos do vírus no Estado. O documento torna a notificação obrigatória a todos os profissionais de Saúde e coordenadores de instituições públicas e privadas responsáveis pelo atendimento aos pacientes.

A Secretaria da Saúde (SES) também emitirá uma nota técnica aos municípios para que o monitoramento e a notificação dos casos suspeitos de microcefalia sejam ou não relacionados a sinais e sintomas de Zika na gestante. Outras ações do órgão são a intensificação das ações de controle do vetor e o incentivo aos comitês municipais para mobilização no combate ao Aedes aegypti.

O governador Marconi Perillo elogiou a iniciativa da presidente Dilma em promover o encontro num momento que considera delicado, face ao crescimento no número de casos da doença. Informou que irá decretar emergência sanitária no Estado e que já tem apoio dos prefeitos de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Ceres, confiando que irá conseguir a adesão de muitos outros nos próximos dias.

Marconi defendeu na reunião com a presidente que o Governo Federal apoie o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Instituto Butantã e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo para a produção de vacina de combate ao mosquito aedes egypty. O trabalho já está na terceira fase e no momento depende de aprovação da Anvisa para ter prosseguimento.

Dentre outras medidas anunciadas pelo governador, em atendimento ao apelo da presidente Dilma para a formação de uma força tarefa de combate ao mosquito transmissor do vírus, estão a alocação de R$ 10 milhões para o programa, disponibilização de duas salas do Conecta SUS para coordenar as ações de combate às três epidemias e promoção de campanhas nas redes sociais, escolas e meios de comunicação.

Por fim, Marconi comunicou que irá solicitar o envolvimento do Exército e das forças de segurança do Estado no combate ao mosquito em Goiás. O Estado de emergência e o anúncio do pacote de medidas ocorrerão no próximo dia 15. O ministro da Saúde foi convidado a estar em Goiânia para a solenidade.

Na reunião desta terça-feira a presidente Dilma Rousseff deixou claro que a aposta do Governo Federal para fazer esse controle é justamente o Plano de Enfrentamento à Microcefalia lançado no último dia 5. Nesse plano está prevista uma campanha informativa para gestante e mulheres em idade fértil para tirar dúvidas sobre o Zika e a microcefalia. Também será feito um reforço na campanha anual de combate ao mosquito Aedes aegypti.

O plano prevê ainda investimentos em pesquisas. Uma das necessidades é desenvolver um teste mais rápido, eficaz e barato para diagnosticar o Zika. Hoje, o exame para identificar a doença só funciona se for feito nos primeiros cinco dias de sintomas. Como não existe um teste para detecção de anticorpos para o Zika vírus, a confirmação da doença é feita por meio de um exame que busca a presença do material genético do vírus no sangue do paciente. Esse material fica mais difícil de ser detectado após a reação do sistema imunológico à doença.

Outra linha das pesquisas é descobrir como o Zika vírus age no corpo da gestante a ponto de afetar a formação do sistema neurológico do bebê. Embora afirme que há uma relação entre o Zika e o aumento no número de casos de microcefalia, o Ministério da Saúde ainda não sabe exatamente como o vírus afeta a formação do feto.

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