Massa asfáltica para buracos rende mais com nova técnica
Em época de chuva, consumo maior é para tapar buracos abertos em vias com desgaste e sem galeria pluvial. Em período de seca, maior parte da massa vai para reparos da Saneago
LUIZ EDUARDO ROSA
Nos últimos anos, a massa asfáltica licitada pela Prefeitura de Anápolis para a operação tapa buracos, cerca de 50 mil toneladas, durava menos de um ano. Uma nova técnica, praticamente dobrou a eficiência do produto, ou seja, com os mesmos recursos financeiros é possível recuperar a malha asfáltica por dois anos.
“Retirando o substrato podre do asfalto e ampliando a intervenção maior que o próprio buraco, conseguimos uma duração maior do serviço e com isso reduzimos a demanda”, explica o secretário de Obras, Serviços Urbanos e Habitação, Leonardo Viana. Em uma licitação padrão realizada pela prefeitura, são realizados contratos na quantidade de 50 mil toneladas para serem utilizados no prazo inicial de 12 meses. Os recursos são na ordem de R$ 15 milhões. O último contrato foi assinado em dezembro do ano passado, ficando entre o final do anterior e início do último cerca de 15 dias sem o serviço na cidade.
Uma demanda muito frequente de serviço de tapa buraco são as obras realizadas na intervenção na rede de esgoto e abastecimento de água realizados pela Saneago. Em período chuvoso, o percentual de 70% do serviço prestado é voltado à reparação dos buracos nas vias e os outros 30% é para finalização do serviço da Saneago. Nos períodos secos a proporcionalidade se inverte, com 60% para serviços da Saneago e os outros 40% com reparo de buracos. “Pela própria natureza do problema de um esgoto ou rede de abastecimento danificada, muitas vezes a duração do asfalto aplicado é menor pelas infiltrações geradas”, explica Leonardo.
A demanda por reparar buracos na via está no tráfego intenso de veículos que acabam por acelerar o desgaste do material. “Há bairros em que o asfalto já está mais antigo e então com o desgaste provocado pelo tráfego se exigem mais operações”, explica o secretário municipal. Os setores destacados por ele com maior demanda são Vila Jaiara, Bairro de Lourdes e Recanto do Sol. Nestas situações os impactos ainda maiores de veículos pesados como ônibus e caminhões geram uma frequência maior de problemas.
Em uma média entre época chuvosa e seca, a quantidade utilizada é de duas mil toneladas por mês. São seis equipes trabalhando, nas quais duas são de maior porte contando com caminhões truncados com compactador em forma de rolo, uma mini-escavadeira e oito profissionais na operação. Já as outras quatro equipes de menor porte são compostas de um caminhão-toco com compactador manual e quatro profissionais na operação. A forma de trabalho da equipe é ligada a atender bairro por bairro pelas duas equipes maiores e as quatro menores realizando demandas mais urgentes por notificações no número 156.
Tipos
Dois principais tipos de asfaltos são utilizados para a pavimentação de vias públicas, sendo estes o concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) e o pré-misturado a frio (PMF). A diferença entre os dois tipos é que o CBUQ é produzido em uma usina de asfalto em processo a quente, enquanto o PMF é produzido na temperatura ambiente em uma usina de solos, com um processo mais simples. Ambos os tipos são agregados minerais (britas, pó-de-pedra, filler) com um ligante asfáltico unindo estes compostos. O PMF por ter uma possibilidade maior de infiltração, acaba por ter seu desgaste acelerado, sendo mais recomendado para vias de tráfego menos intenso. Já o CBUQ sendo realizado na usinagem no processo de aquecimento de maneira adequada é recomendado para locais de tráfego mais intenso.