Comércio anapolino tem retração que fica abaixo da média nacional

Wilmar Jardim de Carvalho 27,05,15 (5)

 

Wilmar Jardim de Carvalho 27,05,15 (5)

FLÁVIO MOBAROLI

O barulho feito em torno da crise financeira e nas consequências que ela traria nas vendas de final de ano foi bem maior que o golpe. Ao menos em Anápolis, como avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (SDL), Wilmar Jardim, que considera positivo o resultado registrado em dezembro, que foi 1% superior aquele de novembro, mostrando que o consumidor não deixou de gastar com as festas do final do ano.

Mesmo na comparação entre os meses de dezembro de 2014 e 2015, a cidade mostrou sua força. A retração foi de 4,8%, bem abaixo da média nacional para o período, que chegou a 7,8%. “Falamos diversas vezes como nossos associados que as vendasaconteceriam, que não existiria o boom de outras épocas, mas que o setor não sofreria tanto quanto se anunciava”, explica o Wilmar Jardim.

O otimismo do presidente da CDL diante do quadro alardeado tem justificativa no perfil particular de Anápolis. A cidade tem o diferencial de atender diversas outras do entorno. São milhares de pessoas que vêm de fora para gastar aqui, o que, segundo Wilmar, colabora para deixar o setor mais aquecido. “Tivemos aquele período natural de queda nas vendas logo antes do Natal, mas em dezembro a situação foi de normalidade”, afirma.

E se em 2015 o comércio sobreviveu ao quadro de instabilidade econômica e dinheiro mais regrado, a expectativa para esse ano já não assusta. “O quadro deve ser o mesmo de todos os anos. Nos três primeiros meses há uma queda natural, motivada pelos compromissos assumidos no Natal, os gastos com viagens e o retorno às aulas, além do pagamento de IPTU e, agora, do IPVA que foi antecipado pelo Estado. A partir de abril, entretanto,as vendas voltam a crescer”, detalha Wilmar Jardim.

O dirigente lembra que já em maio é comemorado o Dia das Mães, que é considerada a segunda data mais importante no calendário do comércio, atrás apenas do Natal. “Aí o mercado se aquece de fato, os consumidores vão às compras e tudo volta ao seu patamar normal”, diz Wilmar, afirmando que não devem acontecer novos sustos, apesar da consciência de que os efeitos da crise devem se arrastar até o final do ano.

A confiança em um ano difícil, mas sem atropelo vem do dato de o lojista anapolino ter tido o ano de 2015 para se adequar ao novo momento econômico. Para Wilmar Jardim, o mais importante é o empresário estar alerta e não se acomodar, já que os momentos de crise também são propícios para novas oportunidades.

“Cabe ao lojista estar atento ao seu empreendimento e saber que após as conquistas obtidas, pode ser preciso abrir mão um pouquinho e retornar o capital para a empresa”, orienta o presidente da CDL, alertando que não é momento para iniciativas como tomar empréstimos – as taxas de juros estão muito altas -e que quem tiver mais atenção rompe 2016 para entrar bem no próximo ano.

 

Opinião

Do alto de seus 72 anos dedicados ao comércio, o empresário SultanFalluh atesta as palavras do presidente da CDL, Wilmar Jardim. Segundo ele, a crise não pode ser ignorada, mas foi responsável apenas por uma “pequena queda nas vendas”, nada que chegasse a assustar o lojista.

“O comércio não sentiu tanto quanto se imaginava pelos anúncios que foram feitos. Sou um dos comerciantes mais antigos de Anápolis e posso afirmar pela experiência que tudo correu bem em dezembro”, fala SultanFalluh, que afirma estar otimista para esse ano. Ele aproveita a ocasião para fazer um alerta aos colegas. “Não se pode perder o entusiasmo. O otimista vê o que o outro não consegue”. (com reportagem de Fernanda Morais)

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