A violência de todos

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FLÁVIO MOBAROLI 

O combate à violência é uma responsabilidade constitucional dos Estados, mas também um compromisso dos municípios. Enquanto não for esta a premissa e os prefeitos explicarem a situação em suas respectivas cidades lavando as mãos o que veremos é um quadro sempre mais delicado e uma solução cada vez mais distante.

Trata-se de uma condição comum a todos os municípios, mas que é, obviamente, mais sentida naqueles de médio e grande portes, a exemplo de Anápolis, hoje com aproximadamente 400 mil habitantes. Como imaginar que apenas o Governo do Estado possa fazer frente a uma estrutura paralela que cresce, se aparelha e moderniza a uma velocidade espantosa, livre que é de princípios legais e prerrogativas morais?

As medidas, ainda que pareçam limitadas em decorrência do que estabelece a nossa Constituição Federal, existem e carecem muito mais de boa vontade para que sejam efetivadas do que de qualquer eventual obstáculo jurídico. São tímidas as gestões dos nossos administradores no sentido de cobrar o reforço de policiamento, neste caso específico, de material humano para coibir a ação criminosa.

Da mesma forma, é preciso que o poder público municipal entenda que as parcerias – do tipo banco de horas, por exemplo – não devem representar um sacrifício e sim uma iniciativa em benefício de sua própria população. A segurança precisa figurar na lista de prioridades em qualquer instância de poder.

Medida como a instalação das guardas municipais é outra alternativa a ser considerada dentro do espectro do combate à criminalidade. O posicionamento das autoridades representativas de cada cidade, leia-se aqui, principalmente, os seus deputados estaduais e federais é mais uma ferramenta importante e pouco utilizada na medida em que o eleitor não os concebe como corresponsáveis pelo problema.

Não se pode ignorar que entre os critérios para que determinado município receba investimentos está a chamada qualidade de vida, que passa, indiscutivelmente pelos baixos percentuais de violência. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que serve para aferir o desenvolvimento de cada nação, também tem na questão da violência um de seus parâmetros.

Fato é, e os números de Anápolis, que aqui aparece mais uma vez a título de exemplo, comprovam, que a violência, traduzida nos homicídios, não apenas aumenta a cada ano, como também se aproxima de nós. Este ano, já se matou mais cidadãos de bem do que nos anteriores, o que indica, se não a mudança do eixo, ao menos a sua ampliação para segmentos fora do crime, em especial do tráfico de drogas.

 

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