Editorial

Na segunda-feira de Carnaval a Polícia Rodoviária Federal (PRF) convocou a imprensa para anunciar que antes mesmo do final do feriadão, o número de mortes nas BRs de Goiás já tinha triplicado em relação ao mesmo período de 2015. A irresponsabilidade é a principal causa dos acidentes.

É surpreendente que em todas as blitzes realizadas pela PRF sempre tem flagrante de motorista alcoolizado. Apesar das campanhas publicitárias, dos exemplos de tragédias nas rodovias que matam famílias inteiras, é grande o número de indivíduos que não dão a mínima e seguem bebendo e dirigindo.

O Brasil tem uma lei rígida para quem mistura álcool e direção. A multa é pesada e as consequências administrativas também, mas falta a responsabilização penal. Quem mata ao volante raramente paga o que deve por completo – às vezes nem chega a ser preso; em outras situações, fica tempo insuficiente atrás das grades, pois a progressão de uma pena talvez seja a engrenagem que mais gira no sistema penal brasileiro.

Há também aqueles que não bebem, mas dirigem de forma inconsequentemente, e por isso provocam acidentes gravíssimos, se matando e levando terceiros consigo. Qualquer radar da PRF flagra tranquilamente motoristas a mais de 190 km/h em rodovias com engenharia deficiente, buracos e água acumulada em diferentes pontos. Qualquer vacilo é fatal.

Também somos obrigados a lidar com a imperícia. Gente que tem uma formação deficiente e comete erros porque não tem mesmo capacidade de dirigir em uma rodovia federal com grande fluxo de veículos. É o cálculo errado ao entrar em uma curva ou ao fazer uma ultrapassagem, por exemplo.

Em meio a tantas deficiências, a BR-153 que parte de Anápolis até o Tocantins foi destaque nacional pelo excesso de buracos. Em três dias do feriadão, foram mais de 100 carros com o pneu furado, apenas na contagem da PRF. Trata-se de um trecho administrado por uma concessionária, que oferece um serviço pior do que antes, quando a rodovia era comandada pelo Dnit. Que na Semana Santa tenhamos menos elementos para a tragédia e todos voltem para casa em paz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *