19 partidos tentam viabilizar candidato próprio a prefeito

Eleições-2016-bic

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Dez partidos já trabalham com um único nome para a disputa; Outros três afirmam que terão candidatura própria, mas ainda não definiram nome; Já nove siglas descartam a majoritária

MARCOS VIEIRA

Dos 33 partidos com filiados em Anápolis, 19 demonstram intenção em lançar candidatura a prefeito. O dado confirma um cenário aberto comum ao período pré-eleitoral e revela ainda a ausência, por enquanto, de um nome que possa aglutinar forças de maneira antecipada.

Levantamento feito pela reportagem mostra que 10 partidos trabalham com um único nome de pré-candidato a prefeito, ou seja, mais próximos de uma definição. Desde o ano passado, o PT confirmou que João Gomes tentará a reeleição. Mais recentemente, a executiva municipal do PSDB bateu o martelo em relação à pré-candidatura do vereador Fernando Cunha.

Adversários ferrenhos no cenário nacional, PT e PSDB são as duas maiores siglas da cidade em número de filiados – 2.789 e 3.066, respectivamente – e podem polarizar a disputa. Os dois também terão que lidar com desgastes das suas principais ‘vitrines’, Dilma Rousseff (PT) e Marconi Perillo (PSDB), e tentar capitalizar o que ambos têm de positivo.

O Solidariedade (SD) também trabalha com um único pré-candidato, o deputado estadual Carlos Antonio, que articula intensamente nos bastidores para aglutinar aliados. Pelo PSDC, o ex-prefeito Ernani de Paula, cassado em 2003, tenta retornar ao cenário político anapolino apresentando mazelas do dia a dia em um blog de notícias na internet, no qual ele faz a vez de repórter.

O PMDB é outro partido que desde o final do ano passado firmou seu projeto para 2016 em uma única pré-candidatura, do vereador Eli Rosa. Com a mudança no comando regional da sigla – o deputado federal Daniel Vilela foi eleito presidente em Goiás – resta saber se haverá alguma imposição de cima para baixo no sempre instável e dividido PMDB goiano.

Dois presidentes de partido afirmam que “estão acertados” com José de Lima para a disputa a prefeito: Domingos Paula de Souza, do PEN, e David Corredeira, do PTC. Dominguinhos diz que Lima deixará o PDT na abertura da janela para o troca-troca partidário. Corredeira vai mais além: “estamos negociando com um empresário do Daia a vaga de vice da chapa”.

O PEN compõe o chamado G-4 com o PHS, PSD e PPS. A proposta das siglas é que todos apresentem pré-candidatos para um afunilamento mais na frente. No PHS, Elismar Veiga promete ir para sua segunda tentativa de conquistar o comando da prefeitura. “O PHS de Anápolis tem autonomia para decidir o que é melhor para nós. Teremos uma posição definitiva até maio”, comunica Elismar.

No PPS, o pré-candidato é o comandante da sigla, ex-vereador André Almeida. Ele diz que o G-4 segue forte, buscando mais aliados, e teve papel importante na política local em 2015, ao movimentar a sociedade com reuniões em grandes regiões, para colher demandas de Anápolis. No PROS, o presidente Carlos Henrique confirma o empresário José Odilon como pré-candidato a prefeito.

Vários nomes

Três partidos confirmaram à reportagem o desejo de lançar candidato a prefeito, mas ainda não definiram o nome. No PSD, o presidente Thiago Souza afirma que o projeto de candidatura própria foi acertado com o presidente estadual Vilmar Rocha e o deputado federal Thiago Peixoto, e conta com dois filiados dispostos a ir para a campanha: Dr. Olegário Vidal e Vander Lúcio Barbosa. “Vamos dar um prazo para que eles cheguem a um consenso de quem será o cabeça de chapa”.

No PSB, o presidente Sebastião Reis cita cinco pré-candidatos: Frei Valdair de Jesus, Reinaldo Del Fiaco, Jakson Charles, Clodoveu Reis e Dr. José Fernandes. Segundo ele, o trabalho é de construção de uma candidatura, mas não está descartado o apoio a outro partido. Reis conta que no dia 1º de abril, o PSB anapolino se reúne para analisar o quadro eleitoral, inclusive avaliando a aliança hoje mantida com o PT.

Já o DEM vive uma situação singular no cenário atual: já está praticamente definido por candidatura própria a prefeito, mas ainda não apresentou um nome para a disputa. O presidente municipal Carlos César Toledo explica que algumas novidades podem surgir a partir de novos quadros filiados ao partido. Ele conta que o senador Ronaldo Caiado estará na cidade dia 7 de março para visitas a hospitais e deve se reunir com a militância para alguns encaminhamentos.

Abertos

Seis partidos preparam nomes para a disputa majoritária, mas a candidatura a prefeito não se trata de um projeto único e definitivo para 2016. No PRB, o presidente Gérson Santana diz que nada impede o partido de lançá-lo como candidato a prefeito, mas a postura atual é de conversar com todas as siglas. Ex-vereador, Gérson pode ocupar a vice de um aliado ou até mesmo buscar retomar uma cadeira no Legislativo.

No PV, o presidente Delcimar Fortunato conta que o partido aguarda a filiação de um empresário que poderia ser o candidato a prefeito, mas nada será definido sem uma sinalização do governador Marconi Perillo (PSDB). A tendência dos verdes é apoiar mesmo um nome indicado pela base governista.

No PRTB, Josmar Moura explica que não se lançaria candidato como em 2008, sem a garantia de uma estrutura de campanha. Embora a vontade dos comandos regional e nacional do partido seja ter postulante próprio em Anápolis, ele diz que a ideia é “ter um parceiro”, ou seja, possivelmente ocupar a vaga de vice-prefeito na chapa com outra sigla.

O PSC, sob o comando do secretário municipal Valeriano Abreu (Defesa do Consumidor) tem feito um trabalho de composição de um grupo forte para as eleições, de onde se prevê ao menos quatro eleitos para a Câmara Municipal. Para o Executivo, Valeriano afirma que o seu partido está preparado para qualquer desafio. “Se entendermos que o melhor é candidatura própria, estaremos pronto. Se optarmos por apoio a uma coligação, lançando a vice, também estaremos preparados”, diz o dirigente partidário, que anuncia uma definição até início de maio.

No PR, o presidente Hélio Araújo diz que o partido está em aberto, negociando filiações que podem culminar no lançamento de candidatura própria (José de Lima e Ernani de Paula seriam opções) e ouvindo propostas para apoiar outras siglas. “Podemos caminhar ao lado da base do governador Marconi Perillo ou apoiar o PT, nosso aliado nacional”, explica Araújo.

O PP também não se definiu em relação ao projeto eleitoral deste ano, embora tenha um nome forte para a disputa, o seu presidente municipal, ex-deputado Pedro Canedo. Por enquanto, o Partido Progressista trabalha internamente o fortalecimento da sua chapa de candidatos a vereador e a articulação de nomes dispostos a encarar a campanha majoritária.

A reportagem não encontrou os dirigentes partidários do PSOL e PSTU, embora tenha feito contato com os comandos regionais dessas siglas. Três agremiações não possuem registro de diretório ou comissão provisória no site do TSE, talvez pelo tamanho que possuem em termos de seguidores: PCB (três filiados), REDE (dois filiados) e NOVO (dois filiados).

Nove siglas não lançam nomes

Nove presidentes de partidos afirmam que não pretendem lançar candidato a prefeito. O presidente do PRP, Waltencir Rodrigues dos Santos, diz que já fechou apoio com o prefeito João Gomes. Geraldo Lino, dirigente do PTB, conta que seu partido também pode caminhar com o PT, embora ele não descarte diálogo com todos os outros pré-candidatos a prefeito.

O presidente municipal do PDT, vereador Paulo de Lima, fala que seu partido está próximo de uma aliança com o prefeito João Gomes. Líder do Executivo na Câmara Municipal, ele é irmão do ex-deputado José de Lima, filiado ao PDT, que perdeu espaço para o lançamento de uma candidatura a prefeito por desentendimentos com o casal que comanda a sigla em Goiás, George e Flávia Morais.

Também apoiará o projeto de reeleição do PT o PCdoB, aliado da atual administração desde 2008, na primeira vitória de Antônio Gomide. “Esse é nosso projeto já discutido, inclusive, com a executiva regional”, afirma o vice-presidente do PCdoB, Fabrizio Ribeiro, que é secretário municipal de Ciência e Tecnologia.

O PTdoB já fechou apoio ao pré-candidato Carlos Antonio, revela o presidente municipal Sérgio Moraes, que trabalha agora a formação de uma chapa forte de candidatos a vereador. O mesmo projeto tem o PPL, comandado por Danianne Marinho. “Desde o ano passado estamos fechados com o deputado”.

No PSL, a presidente Joyce Cristina Germano da Costa descarta candidatura a prefeito e afirma que seu partido deve seguir o mesmo projeto do PV. O PTN, comandado pelo vereador Gleimo Martins, também apoiará candidato de outro partido.

O PMN também procura uma aliança. O presidente Marcelo da Costa Amaral explica que seu partido apoia os tucanos nos cenários regional e estadual, mas que na eleição municipal passada esteve com o PT. “Tem muita coisa ainda para ser resolvida”, diz o dirigente.

 

BOX:

 

PARTIDOS COM PRÉ-CANDIDATO DEFINIDO

 

PartidoSituação
PTTem como pré-candidato à reeleição o prefeito João Gomes
PSDBTem como pré-candidato a prefeito o vereador Fernando Cunha
SDTem como pré-candidato a prefeito o deputado estadual Carlos Antonio
PMDBTem como pré-candidato a prefeito o vereador Eli Rosa
PSDCTem como pré-candidato a prefeito o ex-prefeito Ernani de Paula
PROSTem como pré-candidato a prefeito o empresário José Odilon
PENEstá “acertado” com o ex-deputado José de Lima, hoje no PDT, para lançá-lo como candidato a prefeito
PHSTem como pré-candidato a prefeito Elismar Veiga, hoje secretário executivo do Conselho Estadual sobre Drogas
PPSTem como pré-candidato a prefeito o ex-vereador André Almeida
PTCEstá “acertado” com o ex-deputado José de Lima, hoje no PDT, para lançá-lo como candidato a prefeito

 

VÃO LANÇAR CANDIDATO, MAS NÃO DEFINIRAM O NOME

 

PartidoSituação
PSBTêm cinco pré-candidatos a prefeito: Frei Valdair de Jesus, Reinaldo Del Fiaco, Jakson Charles, Clodoveu Reis e Dr. José Fernandes
DEMAinda não apresentou o pré-candidato, mas garante lançamento de cabeça de chapa
PSDGarante lançamento de candidatura própria, basta escolher o nome: Dr. Olegário Vidal ou Vander Lúcio Barbosa

 

PODEM OU NÃO LANÇAR CANDIDATO

 

PartidoSituação
PRBO ex-vereador Gérson Santana é pré-candidato a prefeito, mas está aberto para negociar uma vice ou apoio sem presença na chapa majoritária
PVAguarda a filiação de um empresário para ser candidato a prefeito, mas pode optar por apoiar nome indicado pela base marconista
PRTBEstá aberto para uma candidatura a prefeito, desde que tenha estrutura. Caso contrário, negocia uma vice
PSCEstá se preparando para todos os cenários: candidatura própria, candidatura de vice-prefeito ou apoio de chapa
PRBusca um nome para lançar como candidato a prefeito. Caso contrário, pode apoiar desde o PSDB até o PT
PPDebate internamente o melhor projeto: candidatura própria ou apoio a outra sigla

 

NÃO LANÇAM CANDIDATO A PREFEITO

 

PartidoSituação
PRPApoiará o prefeito João Gomes (PT)
PSLNão lança candidato e caminhará com o PV
PTNNão lança candidato e não definiu quem apoiará
PTdoBApoiará o deputado Carlos Antonio (SD)
PMNNão lança candidato e não definiu quem apoiará
PTBNão lança candidato. Está mais próximo de um apoio ao PT
PCdoBApoiará o prefeito João Gomes (PT)
PDTNão lança candidato. Está mais próximo de um apoio ao PT
PPLApoiará o deputado Carlos Antonio (SD)

 

 

 

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