Munir Calixto e Vila Jaiara lideram ranking da dengue
Ao analisar os dez bairros com mais ocorrências, é possível constatar que toda a cidade sofre com o Aedes aegypti, transmissor também da zica, chikungunya e febre amarela
MARCOS VIEIRA
Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, referente à Semana 6, que vai de 4 de janeiro a 13 de fevereiro, mostra que o Setor Industrial Munir Calixto e a Vila Jaiara são campeões de notificações de casos de dengue na cidade.
Ao analisar os dez bairros com mais ocorrências, é possível constatar que toda a cidade sofre com o Aedes aegypti, transmissor também da zica, chikungunya e febre amarela. O Industrial Munir Calixto, com 111 registros, fica depois do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). Já a Vila Jaiara está na região norte da cidade.
Terceira colocada em notificações de dengue, a Vila Santa Maria de Nazareth (90 registros) faz parte da região central. Na região leste, o Bairro de Lourdes é o sétimos colocado, com 51 notificações. O Jundiaí, conhecido hoje pelo grande fluxo de pessoas, aparece em 10º na lista, com 44 registros.
Em toda a cidade, já são 2.174 notificações de dengue, um aumento de 328% em relação ao mesmo período do ano passado. São 189 casos confirmados da doença. Três casos são classificados como ‘dengue com sinais de alarme’ – os pacientes estão com as plaquetas baixas e outras complicações que exigem monitoramento por exames a cada 24 horas.
Zika
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde comunica que não há casos de zika e chikungunya registrados em Anápolis, nem mesmo de pacientes de outras cidades que procuram tratamento aqui – algo comum, por se tratar de um município-polo. Apesar disso, três mulheres grávidas apresentaram sintomas semelhantes à zika, fizeram exames e agora aguardam o resultado.
Sete bebês nasceram com microcefalia em Anápolis desde o início do surto de zika. Nenhuma mãe é da cidade, mas uma delas, que veio do Pará, resolveu fixar residência aqui, portanto passa seu filho está recebendo acompanhamento da rede municipal.
Dois casos de Guillain-Barré chamaram a atenção da Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, que investiga se as infecções estão associadas ao vírus da zika vírus. Os pacientes Jaime Francisco da Cunha, 69 anos, e Thiago Henrique Leite, 29, foram transferidos para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia.
Força-tarefa
Anápolis foi um dos municípios brasileiros que recebeu ajuda de militares para combate ao mosquito Aedes aegypti. Do último sábado (13) até quinta-feira (18), foram 20 mil imóveis visitados em oito bairros.
Depois desse trabalho, que mobilizou membros da Base Aérea de Anápolis (Baan), começará outra ação com a participação do Corpo de Bombeiros, dia 25, no Residencial das Flores. “Mesmo com os mutirões, não acaba a necessidade das pessoas tirarem 10 minutos do seu tempo para fiscalizar suas propriedades, haja vista que 80% dos focos dos mosquitos são encontrados nas residências”, alertou o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Teixeira.
Ainda dentro da campanha de combate ao Aedes aegypti, alunos da Escola Municipal Jahir Ribeiro Guimarães acompanharam palestra na sexta-feira (19), além de receber material informativo sobre as doenças transmitidas pelo mosquito. Esse tipo de trabalho será realizado mensalmente, informa a Secretaria Municipal de Educação.
Notificação
O Ministério da Saúde formalizou no Diário Oficial da União (DOU) a inclusão dos casos de doenças decorrentes do vírus da zika na lista nacional de notificação compulsória nos serviços de saúde públicos e privados em todo o país.
De acordo com a portaria, devem ser comunicados às autoridades de saúde pelos médicos ou outros profissionais de saúde as ocorrências de doença aguda pelo vírus da zika, doença aguda pelo vírus da zika em gestante e óbito com suspeita de doença pelo vírus da zika.
A lista traz um total de 48 doenças, agravos e eventos de saúde que devem ter a notificação obrigatória. Dengue e febre chikungunya – outras enfermidades que, assim como a zika, são relacionadas ao mosquito Aedes aegypti – já constavam da relação.
A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, com periodicidade semanal e imediata. Esta última deve ocorrer em até 24 horas, “pelo meio de comunicação mais rápido disponível”.
MONITORAMENTO DA DENGUE
(4 de janeiro a 13 de fevereiro)
Ano | Número de notificações | Número de casos confirmados |
2013 | 846 | 378 |
2014 | 710 | 405 |
2015 | 597 | 290 |
2016 | 2558 | 192 |
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde
Observação: Em relação aos casos confirmados, haverá um aumento devido à quantidade de casos em investigação que aguardam diagnóstico final.