As mudanças são necessárias
JOÃO AQUINO
O povo brasileiro está no limite da indignação com as bandalheiras reveladas pela operação Lava Jato e outras desencadeadas pela Polícia Federal, que revelam o quanto o Estado Brasileiro proporciona a corrupção em seu mais alto grau. São bilhões de reais roubados por gatunos, sempre apadrinhados por partidos políticos e nomeados para cargos estratégicos nas estatais, sobretudo aqueles em que se movimentam grandes somas de dinheiro, que vão parar em campanhas eleitorais e em bolsos insaciáveis. Este mesmo dinheiro é o que está faltando na saúde, na educação, na segurança pública e para o início ou término de importantes obras de infraestrutura país afora.
Na contramão da opinião pública e da realidade dos fatos, grupos políticos se organizam para enxovalhar a oposição brasileira e dar sustentação a um governo federal frágil, sem credibilidade, impopular e, sobretudo, incompetente. Enquanto os cidadãos e cidadãs trabalhadores amargam a dura lida para manterem as despesas básicas de suas casas, uma turba financiada por dinheiro público, faz manifestações patéticas em favor do governo federal, sempre contando com os manipulados sem-terra, estudantes profissionais, operários que deixaram de trabalhar para viverem à custa de sindicatos pelegos e os sem noção de sempre.
Em Goiás, ficou claro que apenas grupelhos encastelados em universidades, partidos e sindicatos, estão dispostos a qualquer manifestação, desde que seja contra o governo estadual. Esses mesmos “lutadores do povo” estavam ocupando escolas, enquanto as empresas de transporte coletivo de Goiânia aumentaram as passagens sem nenhum protesto nos dias seguintes. Só quando os chatos abandonaram as escolas e a secretaria da Educação, é que alguns protestos foram tardiamente convocados e, também como sempre, não vão dar em nada.
Se ao invés de prejudicar mais de 16 mil alunos e emperrar o início do ano letivo na rede estadual de ensino, essas pessoas pensassem na população, elas estariam nas ruas assim que foi anunciado o aumento das tarifas, mas elas optaram por deixar que os empresários livremente enfiassem as mãos nos bolsos de quase 1 milhão de trabalhadores goianienses, por birra e oposicionismo tolo.
As mudanças que o povo requer, passam pela punição rigorosa aos ladrões do erário público, mas também pelo desmantelamento do projeto de poder que está aparelhando o Estado Brasileiro, fazendo das estatais e órgãos federais simples sucursais de interesses políticos mesquinhos, que não se vexam em trocar cargos por apoios políticos espúrios.
Nunca defenderei golpes contra a democracia ou contra o Estado Democrático de Direito, mas um solução constitucional precisa ser efetivada, sob o risco de restar bem pouco a se salvar do Brasil no final deste governo ridículo, perdulário e conivente com o que há de pior na política brasileira.
O verdadeiro e real povo está quieto, mas não está morto. Quando for necessário e imprescindível, as ruas serão tomadas ordeiramente para manifestar o repúdio que todos alimentam contra a situação caótica do Brasil, alimentada pela fraqueza do governo federal e o apoio de gente violenta que quer tutelar a sociedade, procurando impor seus pontos de vistas minoritários e direcionados.
Os brasileiros merecem mais do que a volta concomitante da inflação, da carestia, do desemprego e de mais impostos, como a CPMF, portanto, a atitude mais digna da presidente (presidenta pode até ser correto, mas é horrível) Dilma Rousseff não é tomar mais dinheiro das pessoas, mas, num ato de amor à sua pátria, renunciar e pedir desculpas pelos estragos que fez.