Até quando esperar?

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Editorial

 

Pular o muro para fugir de uma cadeia deveria ser coisa apenas de desenho animado, ou filme de comédia carregado de situações caricatas. Infelizmente, não é assim em Anápolis.

Em 15 dias do mês de março, sete detentos conseguiram fugir do Centro de Inserção Social Monsenhor Luiz Ilc. Todos eles aproveitaram o banho de sol para ganhar a rua. Todos pularam o muro. Nenhum deles foi recapturado.

Os criminosos sabem que é fácil fugir da cadeia anapolina, que possui infraestrutura precária. Eles sabem também que o local possui somente oito agentes por turno realizando a guarda.

Somado a isso, há ainda a superlotação, são 500 detentos em um espaço para 270. Ou seja, o ambiente que naturalmente é tenso, torna-se ainda mais propício a rebeliões, sem contar que a falta de gente que fiscalize a conduta dos presos facilita a ascendência do crime organizado.

Para complicar ainda mais a situação, o presídio está em meio a uma área residencial, o que representa maior risco à população quando ocorrem as fugas. Quando um preso foge, as pessoas que moram nas redondezas vão para rua. Então se a PM começa a atirar para coibir as fugas, corre o risco de acertar um inocente.

Como resolver isso? O primeiro passo seria a inauguração do novo presídio, uma obra esperada, que está em fase adiantada, mas que se encontra parada hoje porque faltaram recursos financeiros ao Estado para bancar a contrapartida – grande parte da estrutura foi paga com dinheiro do governo federal.

Naturalmente o ritmo do poder público no Brasil é lento. Um projeto que poderia ficar pronto em um ano demora cinco. Mas no que diz respeito ao presídio de Anápolis, a situação extrapola os limites. E, principalmente, coloca em risco a população. Sem locais adequados para que criminosos cumpram suas penas, o cidadão de bem fica a mercê de se deparar com um fugitivo, disposto a qualquer coisa para se livrar das garras da polícia.

Até quando esperar? Uma rebelião com muitas mortes? Uma fuga em massa que coloque bandidos perigosos novamente nas ruas? Nunca é pouco tarde para reforçar um pedido: autoridades, olhem com atenção para o sistema carcerário anapolino.

 

 

 

 

 

 

 

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