Iron Junqueira

Não mais devemos errar. Chega!

Já os atritos, espalhamos por todos os lados onde estivemos. O ódio foi o que semeamos na lavoura das nossas iniquidades, em todos os quadrantes do globo. Os nossos pensamentos contribuíram com os desatinos coletivos, desde prístinas experiências. A nossa língua destilou o fel da calúnia, da injustiça, da incompreensão, da discórdia. O monstro da guerra foi criado com a parcela de nossas paixões.

E sabem? Os nossos olhos não se cansaram ainda de colher podridões para as nossas almas. As nossas mãos, que não fermentaram o pão das virtudes, quantas vezes não estiveram manchadas de sangue, e como foram parcas as vezes que serviram e ajudaram.

Os nossos passos já nos conduziram vezes sem contas aos abismos mais hediondos, e sempre nos afastaram do “caminho estreito que conduz à vida”. Também as nossas vidas múltiplas não foram avaliadas pelo nosso arrependimento, uma vez que sempre nos reincidimos mesmos seculares erros. Já dilaceramos corações amados, e orvalhamos de lágrimas olhos que sempre velaram por nós. A dor foi a esteira sinistra que deixamos pelos caminhos milenares por onde caminhamos, no decurso das vidas sucessivas.

Já erramos demais. Agora basta. Nunca soubemos valorizar os minutos, espalhando as sementes da Caridade que germinam virtudes nos campos de nós mesmos, florindo os nossos caminhos com as pétalas da bondade, e reconquistando o tempo perdido. Mas agora temos que avançar procurando renovação.

É preciso AGORA santificar a vida, cuidando de fazer apenas o Bem para que os males que praticamos, desde passadas existências, sejam ressarcidos, nesta oportunidade, um por um.

É preciso saibamos entender a necessidade da transformação para o Bem, mergulhando-nos no oceano imenso da Verdade a fim de não voltarmos a ser iludidos como antes, quando seguíamos somente o roteiro ditado pelos nossos próprios impulsos.

Basta de erros. Acertemos os ideais com o Cristo:

Não mais o ódio — mas o amor para todos, até para com os inimigos. E principalmente para com eles.

Não mais a cólera — mas afabilidade e doçura, mesmo que de pronto não sejamos compreendidos.

Em vez de atritos — paz.

Em vez de arrogância — humildade.

Em vez de violência — mansidão.

Em vez de vícios — trabalho e prece.

Em vez de negligência — ação.

Em vez de divisão — união.

Em vez de Lusbel — Cristo.

Em vez de nós — Deus.

Espraiemos o olhar pela imensidão do caminho a percorrer, e veremos quantos irmãos caídos no pó da estrada. E muitos deles foram tombados por nós…

Anotaremos às margens da vida honesta, uma legião se fim de mães doentes e solitárias, magras e batidas pelas tormentas da provação. E quantas delas não foram vítimas da nossa deserção?

Divisaremos sob os cantos escuros da existência, os velhos cansados e abatidos, gemendo na solidão mais dolorosa. Por certo uma intensidade deles é de credores do nosso carinho…

E os jovens na delinquência, e as criancinhas órfãs, desnutridas e abandonadas, porque estão chorando às margens dos caminhos que palmilhamos? Porque somos os responsáveis pela sua dor e lhes devemos agora o apoio e o amparo.

Diante de tudo isso, e não enumerando os espíritos atolados nas furnas inclementes das expiações, o que também foram nossas vítimas, poderemos porventura vencer mais esta caminhada, mais esta trajetória no campo da vida humana, sem o reparo aos erros, delitos e iniquidades cometidas?

Então, comecemos. Mas rumo à Redenção.

 

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