Crítica cada vez mais aguçada

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O afastamento da presidente Dilma Rousseff parece ter tido um efeito apaziguador em grandes setores brasileiros. A presença de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda foi talvez a principal decisão do presidente interino Michel Temer, que com isso conseguiu um nome com bastante aceitação no mercado, comprovada capacidade técnica e disposto a dar início às reformas que sempre foram muito propagadas pelos políticos, mas que efetivamente nunca nem chegaram a serem colocadas no papel.

É preciso ressaltar que o País não está anestesiado. É interessante observar que a troca de comando na presidência da República não representou o fim da fiscalização cerrada, nascida a partir das mídias sociais e das manifestações de rua apartidárias, cuja bandeira era única e exclusivamente o fim da corrupção e foco em áreas como saúde, educação e segurança pública.

Não falamos aqui de militantes políticos que tentam se passar por cidadãos comuns para espalhar opiniões na internet. Esses existem dos dois lados, tanto entre aqueles que saíram quanto os que ascenderam ao poder. Embora legítimos, afinal todos têm direito de escolher o lado, desde que não propaguem um discurso de ódio, o militante é facilmente identificado em rodas de conversa ou em postagens na rede mundial de computadores. Eles acabam servindo para que o cidadão comum entenda os passos dados pelos grupos políticos, as estratégias e o grau de desespero de cada um.

É importante citar o papel da imprensa neste cenário todo. Criticados tanto por quem é oposição ou está no governo, os veículos de comunicação devem ser entendidos como ferramentas estratégicas para a defesa da democracia. Trata-se de uma tarefa hercúlea, que não é exercida unicamente pela imprensa, mas que sempre encontrou nela respaldo suficiente para que haja o reconhecimento de que ambos caminham lado a lado. Democracia e liberdade de expressão – é sempre bom repetir – representam a base para qualquer nação desenvolvida. Não devemos abrir disso em hipótese alguma.

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