Acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis ganha novas obras

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O Museu de Artes Plásticas de Anápolis (MAPA) voltou a figurar como importante espaço cultural do município, desde o ano passado, quando da reinauguração de sua sala de exposições, que faz parte de um projeto de reestruturação física e conceitual. E é fruto dessa nova perspectiva a mostra “Novas Aquisições – MAPA”, lançada neste sábado, 14, na Galeria Antônio Sibasolly, e que fica aberta à visitação até 10 de julho. A Galeria abriga, nesse período, produções de Marcelo Solá, Divino Sobral, Rodrigo Godá, Humberto Espíndola, Gê Orthof, ElyeserSzturm, Elder Rocha, Luiz Mauro, Pitágoras Lopes e Adir Sodré.

São artistas cujas trajetórias colocaram o Planalto Central no cenário da arte contemporânea e são responsáveis por seu amadurecimento e consolidação no interior do país. Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão representados neste projeto, executado para agregar mais valor ao acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis. Além da contribuição para o florescimento da arte contemporânea no Centro-Oeste, há uma sintonia fina na pesquisa plástica e na poética expressa nos trabalhos desses artistas, analisa Paulo Henrique Silva, responsável pela concepção curatorial da mostra, ao explicar o motivo da escolha desses nomes especificamente.

Desenhos, pinturas e uma instalação – num total de 13 trabalhos – foramdoados pelos artistas e, após deixarem as paredes da Galeria, passam a integrar o acervodo Museu de Artes Plásticas de Anápolis, ambas unidades vinculadas à Secretaria Municipal de Cultura de Anápolis. “Uma aquisição inestimável na construção de um acervo que visa colaborar com a prática reflexiva da arte contemporânea local”, afirma o curador da mostra e diretor da Galeria Antônio Sibasolly.

A intenção, de acordo com a curadoria, é a de oferecer ao público um panorama temporal, que esboça o cenário da arte contemporânea no Centro-Oeste, desde os anos 60, com Humberto Espíndola, primeiro artista a vivenciar e operar códigos contemporâneos na região, perpassando pelo artista mato-grossense pertencente à geração dos anos 70, Adir Sodré; por Carlos Sena, Elder Rocha e Luiz Mauro, artistas emergentes da década de 80; porMarcelo Solá, Pitágoras Lopes, Divino Sobral, ElyeserSzturm e Gê Orthof, que fazem suas primeiras exposições no cenário local no início da década de 1990 e, para fechar este recorte, chega-se a Rodrigo Godá, que tem sua trajetória iniciada em meados dos anos 90.

Importante ressaltar, diz Paulo Henrique, que a aquisição dos trabalhos apresentados na mostra e que vão para o acervo do Museu se tornou viável graças à aprovação de um projeto, financiado com subsídios do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás. Cada um dos artistas participantes doou os trabalhos e recebeu R$ 6 mil, apenas como ajuda de custo, pois essa quantia não representa o valor real de suas produções. Se considerados os valores de mercado, essas obras, juntas, ultrapassam R$ 200 mil.

Para garantir que um número expressivo de pessoas possa conhecer o que está sendo apresentado e tenha oportunidade de interação com essa vertente artística são realizadas ações educativas para estudantes. As escolas interessadas em oferecer aos alunos essa atividade de formação devem entrar em contato com a direção da Galeria Antônio Sibasolly (o telefone está abaixo) e marcar um horário para visitação. O transporte dos estudantes é custeado com recursos do projeto.

Homenagem
Há quase um ano, no dia 16 de maio, o artista plástico Carlos Sena Passos deixava a vida, vencido, aos 62 anos, por um problema pulmonar que o acompanhava fazia décadas. E é ele – artista, professor universitário, gestor cultural e crítico de arte – o homenageado na mostra “Novas Aquisições – MAPA”.

O baiano de aparência frágil – mas de um vigor intelectual marcante -, radicado em Goiânia desde o início da década de 1970, deixou para Goiás um legado inestimável na área das artes visuais, não só por sua produção, mas por seu trabalho de formação e de divulgação da arte.

É dele o mérito pela criação da Galeria de Artes Visuais e do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Carlos Sena foi responsável pela formação de algumas gerações de artistas, e influenciou decisivamente suas concepções”, afirma o diretor da Galeria Antônio Sibasolly e curador da exposição, Paulo Henrique Silva.

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