Editorial_JE

É altamente preocupante o alerta feito pela Saneago de que as obras de ampliação da rede, que só serão concluídas em 2020, podem não atender a demanda que surgiria com a expansão do perímetro urbano de Anápolis. Para além de todo o debate gerado a partir da votação do projeto de lei na Câmara Municipal – grande parte mais focada em questões eleitorais do que qualquer outra coisa –, é preciso ler e reler o relatório algumas vezes.

Depois de anos de obras e milhões de reais em investimentos, a Saneago deixa claro que não estaria preparada para fornecer água a uma parcela da população que surgisse a partir da criação de novos loteamentos. Por quê? A capacidade de produção de nossos mananciais chega ao limite a partir dessa ampliação atual?

O que se presume é que a receita gerada a partir do surgimento de mais imóveis seria utilizada para obras de ampliação, mas não é isso que acontece na prática. Grande parte do recurso arrecadado aqui serve para manter sistemas de abastecimento em outro município. Isso é comum, pois a Saneago é estadual. Pode não ser aceitável para nós, anapolinos, mas para que algo seja mudado é preciso mesmo força política para pressionar o governo estadual.

A falta de água em Anápolis é bem mais séria do que se imagina. No ano passado, diversos produtores rurais tiveram suas bombas de irrigação lacradas pela polícia para que a captação da Saneago voltasse à normalidade. Somos uma cidade que não possui reservatório, portanto dependemos diretamente da vazão do córrego onde retiramos a água para abastecimento público. A precariedade dessa situação, embora rechaçada pela Saneago, deixa qualquer leigo preocupado.

A água falta em Anápolis não é por falta de ligações. Praticamente 100% da cidade possui rede, o que é algo digno de elogio. Até mesmo por isso, que a situação é de tirar o sono. As torneiras estão secas não é por problemas de infraestrutura, mas por ausência do líquido essencial à vida. Aos entendidos no assunto, que nos apresentem soluções antes de 2020.

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