Crea investiga se obra da Câmara Municipal de Anápolis teve falhas
LUIZ EDUARDO ROSA
Uma equipe de fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea) realizou visita às obras da Câmara Municipal de Anápolis, na última terça-feira (19). A visita foi acompanhada por representantes do Executivo e Legislativo municipal que aguardam a compatibilização entre projetos para prosseguir a execução. Uma das tarefas do Crea em seu parecer é averiguar as responsabilidades nos erros cometidos e os motivos da paralisação da obra.
A equipe de profissionais do Crea, profissionais da Secretaria Municipal de Obras, Serviços Urbanos e Habitação e representantes do Legislativo visitaram as obras da Câmara Municipal, a fim de apurar as responsabilidades da paralisação e possíveis erros de execução. Entre os representantes do Legislativo estavam o presidente da Casa, vereador Lisieux José Borges (PT), e um dos motivadores da ação acerca da obra, vereador Miguel Marrula (DEM). “Nossa tarefa aqui é verificar os erros de execução e projetos, como também averiguar entre os profissionais envolvidos as devidas responsabilidades”, explicou o inspetor chefe do Crea, Firilênio Wesley.
A inspeção in loco averiguou a causa da paralisação da obra. “Trouxemos profissionais para averiguar qual é a responsabilidade do erro, se foi o projeto de arquitetura, o estrutural ou a execução da empresa”, explicou o inspetor chefe. Ele apontou que na visita foi possível detectar algumas ocorrências de execução, mas que só com a vistoria não é possível apontar um laudo. Ao longo do processo, os profissionais envolvidos na obra serão chamados a apresentarem suas versões para o ente fiscalizador.
A obra teve início em maio de 2014 e está paralisada desde junho deste ano. A construção da nova sede e reforma da antiga tem o custo global de R$ 17 milhões. O argumento para a paralisação da obra é que há uma incompatibilidade na leitura dos projetos, que envolvem diferentes dimensões da obra, como o arquitetônico e hidráulico, entre outros. Em uma das reportagens realizadas pelo JE, o secretário de Obras, Leonardo Viana, apontou que alguns erros já executados pela empresa foram corrigidos por conta dela própria. “Queremos concluir esta compatibilização para serem retomadas em agosto [as obras] e anunciarmos um cronograma de previsão para conclusão”, afirma Leonardo, que não descarta a possibilidade de a obra ser entregue em etapas.
O vereador Miguel Marrula convocou os presentes na vistoria e apontou a importância de se descobrir as responsabilidades na paralisação. O partido do vereador apresentou denúncia no Ministério Público de Goiás (MPGO) em relação às irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) em outubro 2015. “Deixo claro que não sou contra a ampliação e reforma da Câmara, porém não compactuo com os erros”, afirmou Marrula, que garantiu que caso não existir erro, parabenizará os profissionais envolvidos no projeto.
O presidente da Câmara, Lisieux José Borges, nutre as expectativas de que ao menos o plenário seja concluído neste ano. Na medida em que for concluída, as dependências do prédio antigo terão que migrar para as novas instalações, de forma que viabilize a etapa da reforma. “Esta compatibilização de projetos tende a baratear a obra, evitando que se extrapole o orçamento global”, disse Lisieux. As possibilidades de reorganização dos projetos e orçamento permitirão a supressão de estruturas rebuscadas sem trazer danos ou comprometer as estruturas, explicou o presidente.
A obra
O novo prédio conta com área de 4 mil m2 de construção, fora a reforma do antigo edifício da Câmara. O caixa para a obra foi montado desde 2009 com a aplicação da Câmara de R$ 50 mil mensais em uma poupança. Na eminência do projeto de efetivação da obra, a prefeitura aplicou um valor igual ao montante reunido e rendido durante os sete anos, formando o total global da obra. A nova formatação de novo edifício e prédio antigo reformado viabilizarão uma organização do complexo legislativo com um auditório para 250 lugares para plenária, um mini-auditório para 60 lugares e a acomodação de 25 gabinetes.