Vices prometem protagonismo na busca do voto para prefeito
Nas eleições de 2016, em Anápolis, cinco homens e duas mulheres estão preparados para iniciar campanha no próximo dia 16 de agosto, caminhando ao lado dos candidatos a prefeito, com o sonho de também fazer história. Mas, afinal, quem são essas personalidades? Faz-se importante que o eleitor conheça o candidato a vice que, na boa cartilha da disputa eleitoral, deve figurar como peça essencial.
ORISVALDO PIRES
A história contemporânea da política brasileira ensina que o vice é mais que uma peça figurativa na gestão administrativa dos governos. José Sarney, vice, assumiu a presidência após falecimento de Tancredo Neves; Itamar Franco, vice, substituiu o cassado Fernando Collor na presidência; e Michel Temer, vice, ascendeu à condição de interino e em breve será oficializado como presidente após cassação de Dilma Rousseff. Em Anápolis, o professor Pedro Fernando Sahium virou prefeito em 2003 após cassação do prefeito Ernani de Paula; e recentemente João Gomes, vice, tornou-se prefeito com a saída de Antônio Gomide para disputar o governo estadual. E assim são inúmeros os casos em que eleitos vice concluíram mandatos como titulares dos cargos.
Nas eleições de 2016, em Anápolis, cinco homens e duas mulheres estão preparados para iniciar campanha no próximo dia 16 de agosto, caminhando ao lado dos candidatos a prefeito, com o sonho de também fazer história. Mas, afinal, quem são essas personalidades? Faz-se importante que o eleitor conheça o candidato a vice que, na boa cartilha da disputa eleitoral, deve figurar como peça essencial. Nenhum candidato a vice quer ser apenas figurativo e, por outro lado, o eleitor deve ser exigente também com aquele, ou aquela, que vai governar a cidade ao lado do prefeito. Os vices nas eleições deste ano mesclam experiência e juventude, representam segmentos sociais e políticos distintos. Alguns, a propósito, iniciaram o atual debate político com pré-candidatos a prefeito.
EDGAR BUENO (PV)
Edgar Fonseca Bueno (Edgar da Priscilla Moda Country), 46 anos, natural de Damolândia (GO), casado, cinco filhos, empresário do ramo de calçados e roupas. Veio para Anápolis com apenas um ano de vida, trazido pelos pais, que até então moravam e trabalhavam na roça. Radicou-se na Vila Fabril. Sempre com simplicidade e enfrentando dificuldades.
Para iniciar seu negócio comercial vendeu alguns poucos bens particulares que possuía, quando montou seu empreendimento. Há 17 anos é empresário, com lojas que funcionam no Mercado Municipal e na Rua Barão do Rio Branco. Em 2010 iniciou o trabalho político, quando se filiou ao PSC. Em 2012 obteve 489 votos como candidato a vereador.
Após uma rápida passagem pelo PEN, filiou-se ao PV em 2015. A idéia inicial era ser candidato a vereador nas eleições próximas, mas mudou o rumo do projeto após convite do candidato a prefeito José de Lima (PV). “Já conhecida o José de Lima, sempre o tive como uma pessoa séria e honesta. Por isso aceitei o desafio de ser candidato a vice. Buscamos a oportunidade de trabalhar para setores importantes como a saúde e educação”, disse.
ELI ROSA (PMDB)
Eli Rosa da Silva, 59 anos, casado, dois filhos, natural de Castrinópolis (GO), bacharel em História e Direito, técnico labortorial, é empresário do setor da saúde, sócio proprietário do Instituto Onco-Hematológico de Anápolis. Em 1971 veio com a família para Anápolis, com intuito de estudar e trabalhar. O pai trabalhava na roça e na cidade foi servente de pedreiro. Eli Rosa conta com orgulho que sua primeira atividade laboral foi a de engraxate.
Em 1975 começou a trabalhar no Banco de Sangue Modelo, como serviços gerais e office boy. Depois de se formar em história, informou aos patrões que deixaria o banco de sangue para lecionar história. No entanto, foi lhe oferecida sociedade na empresa, argumento que o fez ficar. Em 2000 filiou-se ao PFL, disputou eleição para vereador e ficou na 1ª suplência. Em 2002 foi candidato a deputado estadual. A primeira eleição para vereador veio em 2004.
Em 2008 deixou de ser eleito por apenas 29 votos. Mas, em 2012, já pelo PMDB, se elegeu como o terceiro vereador mais votado. Foi responsável pela reorganização do partido após a saída das antigas lideranças. Chegou a ser pré-candidato a prefeito para a eleição de 2016, mas após a aproximação de seu partido com o projeto de reeleição do prefeito João Gomes (PT), atendeu à orientação partidária e confirmou candidatura a vice-prefeito.
ELISMAR VEIGA (PHS)
Elismar Veiga da Silva, 44 anos, natural de São Miguel do Araguaia (GO), casado, dois filhos, formado em Pedagogia (UnB) e pós-graduando em Gestão Pública (Faculdade Católica de Anápolis). É pastor da Igreja Assembleia de Deus Anápolis. Chegou em Anápolis em 1993 para trabalhar na igreja e, definitivamente, se radicou na cidade em 2009.
A primeira filiação partidária aconteceu aos 18 anos, no PDC (que hoje não existe mais). Foi chefe de gabinete do prefeito de Rio Maria/PA). Em 2010 estava filiado ao PPS, quando disputou eleição para deputado estadual. Em 2012, pelo mesmo partido, foi candidato a prefeito de Anápolis. No PHS chegou em 2013. Hoje é o presidente municipal do partido. Em 2014 foi candidato a deputado estadual, ficando como 1º suplente.
No início do atual debate eleitoral Elismar Veiga era pré-candidato a prefeito. “Mas temos que entender o momento. Fomos convidados pelo PSDB, PR amigos, pessoas que têm história política no partido. Os pré-candidatos a vereador do PHS avaliaram e decidimos pela vice do deputado estadual Carlos Antônio”, lembrou. Admite ainda que sendo Anápolis uma cidade cristã, pesou entre outros fatores sua condição de membro de uma igreja evangélica, considerando que o candidato a prefeito é católico. Elismar Veiga disse que o sonho de no futuro disputar a Prefeitura novamente ainda não morreu.
MÁRCIO CÂNDIDO (PSD)
Márcio Cândido da Silva, 41 anos, natural de Carmo do Rio Verde (GO), casado, dois filhos, radialista, formado em Administração de Empresas e em Gestão Pública, é pastor da Igreja Assembleia de Deus Madureira, onde ocupa a função de secretário geral.. Está em Anápolis desde 1990, quando chegou com a família. O projeto era estudar. Foi ajudar o pai, que montou um mercado.
A partir daí começou sua história no rádio anapolino. Há 22 anos trabalha na Rádio Imprensa. Foi office boy, secretário, até chegar à gerência administrativa e a direção geral. Num pequeno espaço deste período, atuou como gerente de negócios da empresa Claro, sendo o responsável pela implantação do primeiro escritório corporativo da empresa na cidade.
Em 2004 filiou-se ao PR. Jamais disputou cargo público. Em 2015 filiou-se ao PSD, com objetivo de fazer parte das discussões sobre política. Seu nome ganhou força no partido, chegou a ser trabalhado como candidato a vice na chapa encabeçada pelo médico Olegário Vidal. Depois ascendeu à condição de pré-candidato a prefeito e, por fim, na composição com o PTB do candidato a prefeito Roberto Naves, foi oficializado como candidato a vice-prefeito. Soma como novidade política e traz consigo a força da igreja que representa.
MIGUEL MARRULA (DEM)
Miguel Elias Hanna (Miguel Marrula), 48 anos, natural de Anápolis, casado, dois filhos, empresário do ramo de construção civil e terraplanagem. Iniciou sua vida política em 1986, quando se filiou ao PFL, que posteriormente se transformou em DEM. Jamais mudou de partido. Disputou a eleição para vereador em 2004, ficando como primeiro suplente. Por força da lei de fidelidade partidária ganhou o direito de assumir em 2008, último ano do mandato.
Naquele ano, resolveu não concorrer à reeleição e apoiou Fernando Cunha, candidato do PSDB. Em 2012, numa coligação com os tucanos, mais uma vez ficou como 1º suplente. Em março de 2015, com o pedido de licença de Fernando Cunha para assumir a Superintendência do Produzir/Fomentar, Marrula assume cadeira na Câmara, onde permanece até os dias atuais.
Na Câmara Miguel Marrula firmou-se como vereador de oposição ao Executivo, sem no entanto deixar de votar projetos os quais considera importantes para a cidade. A motivação para a candidatura a vice na ‘chapa pura’ encabeçada pelo ex-deputado federal Pedro Canedo, é a lealdade ao projeto partidário: “atendi ao convite do senador Ronaldo Caiado, do presidente do DEM, Carlos Toledo, e do candidato a prefeito Dr. Pedro Canedo”.
NEUSA DE MELO (PSDC)
Neusa Maria de Melo, 66 anos, natural de Anápolis, formada em administração de empresas e enfermagem. Há quase vinte anos atua na área social, recolhendo alimentos e outros donativos que, depois, são distribuídos diariamente a pessoas carentes nos bairros da cidade. Atuou como tesoureira na Câmara Municipal de Anápolis por 16 anos. Também foi chefe do Cerimonial. Se aposentou como servidora do Legislativo anapolino.
O gosto pela vida pública, segundo sua própria explicação, adquiriu com o ex-governador Henrique Santillo, numa convivência de companheirismo que durou 24 anos. Com ele trabalhou no Tribunal de Contas do Estado. “Com o Dr. Henrique Santillo aprendi a fazer política e a importância de atuar com honestidade na vida pública”, disse.
Filiou-se ao PMDB em 1979. Com a fundação do PSDB filiou-se ao partido. Enquanto ainda trabalhava no TCE, também prestou serviços à prefeitura de Anápolis na gestão Ernani de Paula, de quem foi chefe de gabinete. Filiou-se ao PSDC em 2015, pelas mãos do ex-prefeito Ernani de Paula, candidato a prefeito pelo partido nas próximas eleições.“Nunca passou pela minha cabeça ser candidata a vice-prefeita. Aceitei o convite de Ernani de Paula porque ele valoriza a mulher e as ações sociais”, concluiu.
TERESA CRISTINA (PSC)
Teresa Cristina Sabbag Cunha, 49 anos, odontóloga, natural de Anápolis, solteira. Segundo ela, sua família, descendente árabe, chegou em Anápolis na década de 1940. Se destacou na atuação como presidente da Associação dos Deficientes de Anápolis (ADA), tendo participado de inúmeras conquistas da entidade e seus associados. Foi diretora da Confederação Brasileira e da Federação Goiana de Basquete sobre Cadeira de Rodas, e do Conselho Estadual dos Direitos dos Deficientes.
É oriunda dos movimentos de juventude da Igreja Católica e por quinze anos trabalhou como odontóloga na Santa Casa de Misericórdia. A primeira filiação partidária ocorreu em 2004, no PSDB. Embora se interessasse pelo debate político, jamais disputou cargo eletivo. “Vinte anos atrás Dom Manoel Pestana, de saudosa memória, me incentivou a disputar eleição. Mas não fui. Ele então me chamou de covarde”, lembrou.
Em 2015 atendeu convite do advogado Valeriano Abreu – com quem participa do movimento Igreja e Sociedade – e se filiou ao PSC. O partido iniciava o processo de arregimentar pessoas para compor uma eventual chapa de candidatos a vereador nas eleições de 2016. O convite para ser candidata a vice, contou Teresa Cristina, foi uma surpresa, mas ao mesmo tempo um desafio motivador.