Candidatos a prefeito admitem que podem municipalizar água
MARCOS VIEIRA
O fornecimento de água potável, responsabilidade da Saneago, uma empresa estadual, mais uma vez será tema recorrente em uma campanha a prefeito em Anápolis. No primeiro debate entre os candidatos, promovido pela Rádio Manchester AM na quinta-feira (18), o assunto fez parte dos discursos. Ao final, em entrevista ao Canal 5, três dos cinco participantes assumiram a possibilidade de mudanças no sistema de saneamento básico. Dois candidatos não estiveram no debate: Ernani de Paula (PSDC) e José de Lima.
Valeriano Abreu (PSC) disse que a falta de água é inadmissível e que a realidade de hoje precisa ser superada. “Todos os anos temos falta de água. É preciso, se for o caso, rescindir o contrato e promover efetivamente o atendimento ao cidadão”. Valeriano afirmou ainda que o seu foco é o ser humano. “O ser humano na educação precisa ser bem tratado. Os professores merecem uma atenção especial. Os alunos precisam ter merenda escolar de qualidade. É preciso ter estrutura nas escolas. Precisamos ter medicamentos e insumos à disposição das pessoas. Na segurança, o município precisa assumir sua responsabilidade”.
O candidato Pedro Canedo (DEM) foi mais incisivo, e afirmou que resolver o problema da água é sua principal proposta. “Faltar água é humilhante”, comentou, ressaltando que vai vencer o problema com ou sem o governo estadual. Questionando como, Canedo disse que municipalizaria o serviço. “É a principal proposta do meu governo, a mais urgente”, frisou.
Na saúde, Canedo prometeu criar um prontuário único e eletrônico. O médico teria o histórico do paciente ao atendê-lo, sabendo por onde ele passou na rede. “É algo fantástico, que já existe em outras cidades do Brasil”.
Já o candidato Roberto do Órion (PTB) propôs separar os serviços de água e esgoto. Nesse caso, a água não seria municipalizada, mas seria possível conseguir aporte financeiro com o esgoto e o dinheiro seria usado para construção de uma estação de tratamento de água.
Roberto prometeu focar na gestão e no planejamento, criticando a gestão atual e políticos mais experientes. “Não podemos ficar com o mesmo discurso pronto de oito anos, sem solução. Os mesmos políticos, que há muito tempo disputam eleição em Anápolis, falam sempre a mesma coisa. Agora solução que é bom, nada”.
Candidato a reeleição, o prefeito João Gomes (PT) saiu do debate com um discurso mais apaziguador, afirmando que campanha não é guerra, mas frisou que não existe “solução simples para assunto complexo”, rechaçando o posicionamento dos adversários de que resolveriam os problemas da cidade imediatamente. “Eu falo com a responsabilidade de quem faz gestão, de quem está no comando da cidade hoje. Estamos buscando soluções, avançamos muito, mas temos muito que fazer. Por isso sou candidato a reeleição”.
Já o candidato Carlos Antonio (PSDB) falou na criação de uma guarda civil que seria desdobrada em três: guarda civil escolar, guarda civil cidadã e patrimonial. O tucano afirmou que tem propostas “reais e plausíveis”. “Anápolis não suporta mais o Hospital Municipal que tem e precisa de um hospital da criança”. Ele também falou ser inaceitável que a cidade tenha 61 escolas, enquanto em Rio Verde existem 72 unidades.