Candidatos a prefeito expõem propostas praticamente iguais

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Com 26 dias de campanha eleitoral, completados neste sábado (10), o eleitor anapolino ainda não se deparou com uma proposta de impacto entre aquelas já expostas pelos sete candidatos a prefeito. Munidos de pesquisas qualitativas, que identificam as principais demandas da população, todos os postulantes acabam batendo na mesma tecla.

MARCOS VIEIRA

A insegurança pública faz parte dos discursos dos candidatos a prefeito, mas a solução apresentada até agora passa apenas pela implantação da guarda municipal. A maioria dos sete que estão na disputa já prometeu criar uma força de segurança gerenciada pela prefeitura, embora exista pouco detalhamento de como isso pode ser feito – e quanto custaria aos cofres públicos.

Pouco se fala na pressão política visando a conclusão das obras estaduais do presídio. O mesmo ocorre com o centro de internação de menores infratores. Ainda não se levou para a televisão uma proposta de recuperação de famílias mergulhadas no crack, o motivo de tantos lares desfeitos na cidade, raiz da entrada de jovens na criminalidade.

Outra proposta repetida à exaustão é a municipalização da água. Dois candidatos falam abertamente que pretendem romper contrato com a Saneago caso eleitos: Pedro Canedo (DEM) e Ernani de Paula (PSDC). Roberto Naves (PTB) diz que também endurecerá o jogo com a estatal, mas não fala em rompimento. Carlos Antonio (PSDB), da base governista, não estabeleceria um confronto com a Saneago. O mesmo acontece com o prefeito João Gomes (PT), que evita qualquer discurso de ruptura, sobretudo devido ao bom relacionamento com o governador Marconi Perillo (PSDB).

A municipalização da água também carece de mais detalhes daqueles que a propõe. Os candidatos não falam se isso é possível do ponto de vista legal, já que existe um contrato assinado, e quanto isso poderia custar à prefeitura com eventuais indenizações pagas à Saneago. Por enquanto, esse tem sido o único caminho apontado para acabar com a falta de água crônica em Anápolis.

Saúde e educação, áreas tradicionais do embate eleitoral, também estão sendo pouco exploradas pelos candidatos. O prefeito que busca a reeleição naturalmente fala em ampliação daquilo que já foi criado. Os candidatos da oposição pulverizam ideias como escola de tempo integral e construção de mais Cmeis. A valorização do profissional da educação também tem entrado na pauta, mas sem apresentar qualquer novidade.

Na saúde os candidatos falam em construir um hospital municipal na Vila Jaiara e uma unidade de saúde específica para atendimento de crianças, sem definir em qual região da cidade. Um problema latente, o déficit de maternidade pública, praticamente não foi explorado por nenhum dos postulantes. A falta de médicos especialistas, drama em quase todos os municípios, é falado basicamente pelo candidato Roberto Naves, que promete uma parceria com universidades de medicina – em troca do pagamento da mensalidade, o médico recém-formado prestaria serviços à rede pública.

Até o asfalto, carro-chefe das campanhas passadas, tem aparecido de forma mais tímida na eleição deste ano. O candidato Carlos Antonio tem exposto no seu programa de televisão alguns bairros que precisam de pavimentação. Os outros candidatos falam em acabar com as ruas de terra que restam na malha viária da cidade, mas sem grande destaque.

Sem grandes propostas, a campanha acaba se destacando por questões mais subjetivas: “a continuidade”, “o novo”, “o candidato do governador”, “o candidato alternativo à polarização”, etc. Resta saber se o eleitor mais levar mais em conta o plano de governo ou o perfil do candidato na hora de votar.

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