Inspeção no presídio de Anápolis encontra 94 celulares e 30 facas
Operação da Polícia Militar no presídio de Anápolis, na última sexta-feira (14), retirou das celas 94 aparelhos de celular, além de 110 chips de diversas operadoras, que também eram usados para comunicação com pessoas fora da carceragem. O trabalho contou com cerca de 80 homens da PM, comandados pelo coronel Wellington Urzêda, do 3º CRPM.
A varredura também encontrou 75 pen drives e 30 facas. Foram localizados ainda 4 quilos de drogas, entre maconha, cocaína e crack, divididos em 800 porções. Os entorpecentes estavam escondidos embaixo de um vaso sanitário, juntamente com garrafas de pinga.
A operação da PM acontece em uma semana com sete homicídios em Anápolis e a suspeita de que algumas mortes foram encomendadas por chefes do tráfico de drogas que estão dentro do presídio. Atualmente o local abriga 619 detentos, em um espaço que deveria comportar apenas 268.
Estrutura
Construído em 1987, na administração do então prefeito Adhemar Santillo, o presídio comportava, à época, de 70 a 80 detentos. Com o aumento da população carcerária, ele ficou impraticável.
Há dois anos, inclusive, a Justiça determinou a interdição do presídio, devido às precárias condições de habitabilidade ali existentes. Os presos em flagrante delito, por ordem judicial, passaram a ser levados para Aparecida de Goiânia (Centro Penitenciário Odenir Guimarães). Mas, aos poucos, foram sendo recebidos novos detentos até se chegar à situação de hoje.
Em abril deste ano, um relatório divulgado pela Corregedoria Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) confirmou a situação já conhecida: à precariedade do presídio de Anápolis. O estudo confirmou a superlotação e os problemas estruturais, tais como problemas na circulação de ar, a temperatura, a limpeza geral e as instalações sanitárias nas celas.
O relatório ainda apontou que faltam alvarás que permitam o funcionamento do presídio. Mesmo existindo há quase três décadas, a cadeia não tem o certificado da Vigilância Sanitária e o certificado de regularidades do Corpo de Bombeiros.
Novo presídio
A obra do novo presídio de Anápolis foi lançada em fevereiro de 2013, com previsão de conclusão em dezembro de 2014. Esse prazo não foi suficiente, e a Agência Goiana de Obras Transportes e Obras (Agetop), órgão do governo responsável pela gestão da construção, realizou um aditivo estendendo a data para entrega para abril deste ano. Mais uma vez o prazo foi alterado. Não há uma nova data para a inauguração.