Qual a lição que a eleição nos deixa? | por Marcos Vieira
O que a campanha eleitoral deste ano nos deixa de lição? Que abertas as urnas, feita a contagem dos votos e proclamado o resultado, seguiremos todos aqui, habitando os 918,3 km2 que compreendem o território de Anápolis.
Quem destilou discursos de ódio em redes sociais, e promoveu bate-bocas intermináveis em grupos de Whatsapp, certamente vai se esbarrar com um dos algozes, ou vítima, em algum lugar da cidade. Aí vai perceber que foi tudo muito pesado, demonstrar certo constrangimento e ver que o caminho democrático é outro.
Engraçado que há bem pouco tempo atrás, era o povo contra os políticos. Quando tinha eleição, a maioria se unia para falar mal dos políticos. Hoje existe uma divisão tão profunda no País que o alvo não é mais o candidato, mas as pessoas que votam nele. Dizem os estudiosos que esse era o objetivo de todos que estão em Brasília, curtindo as benesses do poder e trabalhando com afinco para se perpetuarem em seus cargos.
É lógico que tem o grupo que acha que é isso mesmo, que quem é do outro lado precisa morrer à míngua, ou se mudar de Anápolis. Mas esses vão existir sempre. São os seguidores de políticos radicais, que transformam política em algo insuportável para quem tem mais o que fazer na vida.
A campanha de 2016 fica marcada por agressões frequentes a profissionais da imprensa anapolina. O processo todo poderia ter passado sem ameaças de violência ou ataques à honra e credibilidade de gente que reconhecidamente merece o respeito da cidade.
Muita gente que apareceu por aí no começo do ano dizendo que queria “debater a cidade”, mas que na verdade era apenas um candidato a vereador, já se recolheu na resignação de não ter vencido nas urnas. Que mesmo em anos sem eleição, essas pessoas possam se preocupar de verdade com os destinos do município. A aparição de quatro em quatro anos cheira a oportunismo.
Novembro e dezembro servirão para que o prefeito escolhido nas urnas possa definir a equipe que assume com ele a partir de 1º de janeiro de 2017. O povo escolherá outras prioridades e apenas jornalistas e gente mais ligada à política acompanharão mais de perto essa etapa. A grande maioria acha que cumpriu seu papel, embora a etapa mais complexa do processo comece agora, que é a de cobrar o prometido na campanha e rechaçar qualquer atitude que contrarie os interesses da coletividade. Da nossa parte, seguiremos aqui, noticiando e cobrando o que foi combinado com o povo.