Crescimento de abstenções entre os dois turnos não superou 2008
MARCOS VIEIRA
O prefeito eleito Roberto Naves (PTB) e o prefeito João Gomes (PT) não tiveram que brigar apenas entre si na votação de 2º turno. Ambos disputaram espaço com o desinteresse do anapolino com o processo de escolha do próximo governante, algo que ocorreu em todo o Brasil.
De um total de 260.567 eleitores aptos a votar na cidade, 36,62% entraram no grupo dos votos inválidos. São 87.362 votos negados para os dois candidatos, mais do que a soma de João Gomes (84.475 votos) e bem perto do eleito Roberto Naves (88.730 votos).
É óbvio que isso não muda nada a legitimidade do prefeito eleito do PTB, escolhido pela maioria dos votantes (51,23%), mas lhe impõe o desafio de convencer a parcela dos cidadãos que hoje está descontente com a política. Esse, inclusive, foi o mote da campanha de Roberto: um gestor diferente dos “políticos tradicionais”.
O crescimento das abstenções em Anápolis do 1º para o 2º turno não foi a maior dos últimos pleitos municipais. Foram 49.786 eleitores que deixaram de ir às urnas na primeira etapa, ante 60.929 na segunda etapa do pleito – 19,11% para 23,38%, uma diferença de 4,27%.
Em 2008, as abstenções subiram 5% de um turno para o outro: de 16% (36.139 eleitores) para 21% (45.994 eleitores). Já em 2012, os ausentes foram 16,8% (40.546 eleitores) – naquele ano a disputa foi vencida no 1º turno por Antônio Gomide (PT), com 88,93% da preferência dos votantes (167.196 eleitores).
Em 2016 houve um número maior de votos brancos em relação às disputas anteriores, mas o 1º turno foi pior: 10.378 eleitores votaram nulo, o que dá 4,92% do total. No 2º turno foram 7.286 eleitores, ou 3,65%. Os nulos se mantiveram no mesmo patamar: 9,46% no 1º turno e 9,59% no 2º turno – 19.941 e 19.147 eleitores, respectivamente.