Suportemos o que temos que colher | por Iron Junqueira

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Estranho… Artistas, políticos, operários, gente comum, célebres, nacionais e estrangeiros, parentes e adversários, mistura tudo, ensaca todos, joga pimenta em todos — e ficará com as mesmas ideias e obras.

Assim fez o petismo com os beneficiários do cenário público através dos ativistas, políticos, senadores e oportunistas. Toda hora um nome sério aparece como mais um que recebia bolsa do governo paternalista que, se dava por um lado, tirava por outro; passava-se por pobre e ficava milionário. Precisa falar mais? Ou dizer algum nome?

Não. Claro que foi bem claro e exposto. Mas o povo, aquela parte que ficava fora da farra, os trabalhadores, os sempre ocupados, não tinham tempo, sequer, de saber dessas coisas! E eles? Só quando perdiam suascolheitas, só quando as enchentes destruíam suas plantações, e precisavam do governo é que sentiam a ausência da ajuda socorrista; só quando sua casa desaparecia sob as lamas dos deslizamentos; quando precisavam que as máquinas tirassem seus filhos e velhos de sob os escombros, é que percebiam que o governo não era “de nada”, não estendia a mão e, muito menos, salvava vidas, é que iam tendo suas atenções despertadas para a realidade.

O Brasil não tinha governo, tinha uma quadrilha; não contava com governantes, mas com dilapidadores; não tinha gestores, mas lavadores de dinheiro; não tinha autoridades políticas, mas ladrões; não uma presidente, uma senhora vacilante.

Quando a população levou sua atenção para o panorama geral, é que se espantou…

Congresso Nacional, ao votar o impeachment da Dilma, mostrou cada um dos seus deputados. Eram pessoas de todo tipo; de sérias a boçais; de cultos a marionetes; a missão era apenas votar, mas os deputados iam além, pois falavam esticando seu tempo e se revelavam histriões irresponsáveis e apalhaçados, com exceção de pessoas normais e equilibradas, mesmo porque se os cem por cento dos congressistas fossem ridículos, imbecis, seria demais; porém, deputados dizendo (caso de uma deputada) que votava por um Brasil honesto como o seu marido, no mesmo instante seu consorte estava sendo preso por ladroagem; e quanto ao Senado não era diferente; mulheres exaltadas, extremistas nos seus pontos de vista, portavam-se como galinhas destroncadas ou gralhas bêbadas de tanto que gritavam e tentavam salvar suas peles e a de Dilma, com um comportamento totalmente abarracado. De tão absurdo.

Senadores e deputados aos poucos, com raras exceções, eram, todos, compromissados com a sociedade por ausência de ética, por excesso de ganância e por uma fissura por poder e riqueza. Vimos, então, que se ali representavam grande parte do povo, como, então, somos atrasados e desonestos; como adoramos agir sempre de forma a “tirar proveito” de tudo e de todos, aplicando o famoso “jeitinho brasileiro”. Cada politico à sua maneira, porém, usando,por via de regra, a mentira, e outra e outra mais.

Hoje estamos sendo governados por um punhado de políticos mancomunados com os Ministros da Justiça, onde esperávamos contar com homens sérios, sóbrios, nobres, respeitáveis, estreitamente ligados aos preceitos da legalidade, da honradez e da honestidade. Mas não. Fomos descobrindo que há pilhas de processos parados, há dezessete anos, outros já prescritos e nossos desembargadores nem se mexem para fazer valer ao menos o que é de justiça e de direito dos cidadãos; todos bilionários; e na hora das crises, ao invés de trabalhar mais, parecem ficar pensando qual a forma usariam para arrastar mais fortuna para os seus cofres e aumentar seus direitos e valores na condição de ministros da Justiça. Votam processos só de interesses deles e de defesa de seus parceiros; reinam num Brasil de povo que trabalha. Mas auto se pagam com o Cartão Corporativo, em compra de apartamentos, de carros ou a favor de suas farras.

Acorda povo! Ninguém vai entender bandidos para defender a coletividade deles. Isto porque — os próprios mandatários — é quem são os componentes dessa quadrilha que gasta milhões por minutos, acorde nação! Você está sendo dilapidada!

É tarde também, para salvarmos o gigante que, adormecido, foi atirado no imenso oceano de sua displicência e está afundando e morrendo enquanto, todos nós os cidadãos estamos na arquibancada assistindo a Seleção perder mais uma copa por 7 a 1. Por sete a um. Por enquanto. Não terá jeito de escolher um honesto para dirigir a nação. Se Diógenes, no seu tempo, quando o mundo era menor em população, ele não avistou um homem honesto com sua lanterna a plena luz do dia. Agora, com essa população disfarçada, é que não vamos encontrar um líder lídimo para nos salvar.

Suportemos o que temos que colher…

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