Anápolis, com chuva ou sem? | por Marcio Sousa

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Naturalmente a chuva é um grande presente de Deus, pois rega a terra, abastece as lagoas e os rios, da vida às plantas, floresce os jardins, sacia os animais, ameniza o calor e melhora a umidade do ar.

Mas bastam poucos minutos de chuva em Anápolis para contabilizar os inúmeros prejuízos. São ruas e avenidas totalmente alagadas, motos e carros sendo arrastados, árvores sendo derrubadas, casas sendo inundada, massa asfáltica deteriorada, pequenos bueiros sendo entupidos e pontes com vazões insuficientes, fazendo transbordar pequenos ribeirões e córregos, que se transformam em verdadeiros oceanos, colocando em risco as vidas dos que tentam atravessá-los.

Além dos buracos por toda cidade, que são incontáveis, a chuva afeta nosso precário sistema elétrico. As quedas de energia perduram por horas. Os apagões em semáforos, por exemplo, geram caos imediato no trânsito.

A imagem pós-chuva certamente não é das melhores. Nos últimos dias a previsão que anuncia chuva para a cidade tem gerado medo e pavor em muitos anapolinos, e os profissionais da imprensa sabe que terão notícias de sobra.

Para ser ter uma ideia, as últimas chuvas provocaram o desabamento do feirão coberto do Jardim Alexandrina, deixando centenas de feirantes e frequentadores daquele local desabrigados. Parte do muro do Estádio Jonas Duarte também desabou, atingindo um veículo de uma autoescola, além do muro de proteção do Mercado do Produtor, que também cedeu.Sem dizer de tantos outros locais, que oferecem riscos: a ponte da Rua 2, que liga o Parque da Matinha à Vila Santa Izabel, foi totalmente interditada, pois corre risco de deslizamento na sua cabeceira. Moradores da região já reclamam a falta de acessibilidade.

Anápolis de fato vem ser tornando uma selva de pedra.Apesar de toda a crise, o mercado da construção vive em ascensão, lotes estão sendo ocupados e calçadas sendo construídas, impossibilitando a permeabilidade, resultando em enchentes e problemas decorrentes do excesso de água da chuva que corre por cima do asfalto.

Mas, vale lembrar que o poder público tem sua parcela de culpa, pois não há investimentos necessários em galerias pluviais, com amplo sistema de captação.Aliás, parece não ser de interesse de nenhum gestor este tipo de investimento, pois além de muito caro, a obra não é visível, o dinheiro vai literalmente para o buraco ou boca de lobo.

Alguns estados da federação, principalmente da região nordeste, apreenderam a captar e armazenar a riqueza denominada “água” e a utilizam em outras épocas do ano. Lamentavelmente nós ainda não contamos com este importante recurso. Em poucos meses, com a estiagem, vamos sentir a falta do líquido precioso.

Por enquanto nos resta o medo do presente, medo do tempo, medo do trovão, medo da chuva e medo dos prejuízos. E diante de tantos medos – e de tal situação – fica a grande pergunta: ANÁPOLIS, COM CHUVA OU SEM?

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