Fogos de artifício nas festividades de fim de ano exigem cuidados
Nesta semana, uma explosão no mercado de fogos de artifício de San Pablito Tultepec no México resultou em 32 mortes, 72 feridos e 12 desaparecidos. As causas até o momento não foram descobertas. A tragédia chama a atenção para este comércio que se intensifica com as festas de final de ano.
A utilização de fogos de artifício nas festividades já é tradição. Para garantir a segurança das pessoas, existe uma Legislação em vigor que normatiza a comercialização e o manuseio desse material.
Segundo o subcomandante do 3º Batalhão dos Bombeiros do Estado de Goiás, capitão Tiago Costa Chaves, as estatísticas desse tipo de acidente em Anápolis são pequenas devido ao trabalho preventivo.
Cada Estado tem suas particularidades. Em Goiás, a Lei determina sobre os fogos de artifícios e espetáculos pirotécnicos. A Lei Estadual nº 15.802/2006 prevê as condições mínimas de segurança.
Dentro das normas, os fogos de artifícios não podem ser comercializados em supermercados e os espaços têm características específicas como, por exemplo, parte elétrica adequada e instalação de para-raios e extintores.
“O proprietário elabora um projeto junto a um engenheiro que deve passar pela análise e aprovação dos Bombeiros”, observou o capitão Tiago. Caso haja descumprimento das normas, as punições começam com uma medida administrativa, e caso o proprietário não faça as adequações, é feita a apreensão de produtos, interdição e aplicação de multa, com o valor estabelecido de acordo com o artigo 25.
No site dos bombeiros, www.bombeiro.go.gov.br, a Lei Estadual nº 15.802/2006 está disponível para consulta.
Fabricação
O Brasil tem a segunda maior cidade do mundo produtora dos artefatos explosivos. Para se ter uma ideia, no Brasil, mais precisamente na cidade de Santo Antônio do Monte, interior de Minas Gerais, foram produzidos, somente em 2016, mais de 25 mil toneladas de fogos de artifício, em 72 fábricas diferentes, o que a coloca como a segunda maior cidade produtora de fogos de artifício do mundo, atrás apenas de um município chinês.
Para manusear grande quantidade de explosivos, é necessário tomar cuidados extras. Os especialistas Wilson Namen, Gerson Julião e Daniel Ângelo, do Ciência em Show, explicam que manipular explosivos pode ser muito perigoso se a pessoa não estiver ciente dos riscos. “Nós simulamos acidentes com os fogos de artifício e percebemos que um rojão disparado pode chegar a 150 quilômetros por hora. Se atingir uma pessoa, pode causar queimaduras graves e até a morte”, afirma Daniel.
História
Os fogos de artifício surgiram há mais de mil anos na China, antes da humanidade descobrir a relação entre luz e cor, e antes das teorias do físico inglês Isaac Newton.
A partir da pólvora, que era usada até então para fins bélicos, os chineses criaram explosivos com o objetivo de animar festas e celebrações. Os fogos de artifício coloridos só foram aparecer no século XIX, na região onde hoje é a Itália, quando fabricantes passaram a adicionar substâncias como magnésio e lítio na pólvora.
“As cores dos fogos de artifício são obtidas através da adição de sais específicos na sua composição, especificamente misturado à pólvora que queima quando o foguete explode no alto. Cada sal produz uma cor diferente. Por exemplo, o cloreto de sódio, nosso velho conhecido sal de cozinha que usamos diariamente na alimentação, quando queimado, produz uma chama de cor amarela intensa. Então, quando os fabricantes planejam essa coloração, eles adicionam o cloreto de sódio”, explica Gerson.