Duas semanas, nove homicídios: ano inicia com sinal de alerta em Anápolis

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ANDRÉ FELIPE RIBEIRO

Em Anápolis, este ano, já foram registrados nove homicídios. O mais recente aconteceu na madrugada de quinta-feira próximo a rodoviária. A continuar nesse ritmo, ao final do mês a projeção é que podem ser contabilizados mais de 20 assassinatos, ultrapassando o número de 2016 (13) e colaborando para engrossar a média do mês de janeiro dos últimos quatro anos, superior 13 homicídios.

Em relação ao mês de janeiro dos anos anteriores, em 2013, por exemplo, foram registrados 11 homicídios, no ano seguinte – 2014 –18 mortes e em 2015 foram 12 assassinatos. Ainda é precoce afirmar que 2017 tenha começado de forma mais violenta. Apenas ao final do mês de janeiro será possível uma avaliação mais segura e uma projeção mais precisa.

De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios de Anápolis, Renato Rodrigues, algumas mortes, dadas as circunstâncias levantadas em apuração preliminar, não são consideradas como homicídio e sim como morte a esclarecer. “Confrontos com a Polícia Militar também não consideramos homicídio, a não ser que no curso da apuração fique demonstrado que a ação da polícia não foi em legítima defesa”, acrescentou.

O diretor geral da Polícia Civil, Álvaro Cássio, disse esta semana em Anápolis que vai respaldar o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da cidade, no sentido de reforçar o trabalho da polícia no combate aos crimes contra a vida. Sua reação foi de preocupação quanto ao início de ano em Anápolis, a partir do registro de cerca de uma dezena de homicídios em menos de duas semanas de 2017.

Um ato prático, revela, é a destinação de mais um delegado para reforçar o GIH, o que, segundo ele, deve ocorrer ainda em janeiro. “Tivemos melhora nestes índices no período de 2013 a 2015, quando colocamos dois delegados na investigação de homicídios. Agora vamos fazer o mesmo”, disse.

Embora inexista estudo científico mais aprofundado, sabe-se que a maioria das vítimas – e dos autores – desses crimes está na faixa jovem, entre 16 a 39 anos, predominantemente homens e pertencentes às classes sociais de menor poder aquisitivo, baixa escolaridade, sem profissão definida e envolvida com o tráfico de drogas.

IMPREVISIBILIDADE
De acordo com policiais civis e militares, os crimes de homicídio são de difícil prevenção. Ninguém sabe a hora em que duas ou mais pessoas vão se desentender, brigar e agredir uma à outra. Muito menos se alguém está com intenção de matar outra pessoa por ódio, vingança ou por encomenda. Para eles, a maioria dos casos são premeditados e acontece em horários e locais atípicos, o que dificulta o trabalho dos policiais de impedir esse ato criminal.

Outra questão levantada é a sensação de impunidade de quem pratica tais delitos. As polícias, de uma maneira geral, não dispõem de efetivo, equipamentos e transporte suficientes para, por exemplo, seguirem pistas dos criminosos que fogem para outras regiões, fazerem perícias aprofundadas como exames de balística, filmagens e fotografias dos locais dos delitos e outros recursos modernos que levam à elucidação dos crimes.

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