Fim de semana violento em Anápolis tem latrocínio e triplo homicídio

Roubo (3)

FERNANDA MORAIS

O ano de 2017 começou em Anápolis da mesma forma que terminou 2016: com uma escalada da violência que assusta moradores e deixa as autoridades em alerta. Até quinta-feira, 9 de fevereiro, havia o registro na Polícia Civil de 24 homicídios, um latrocínio (roubo seguido de morte) e quatro mortes de bandidos em confronto com a Polícia Militar. A PC ainda tem em suas estatísticas cinco mortes sem esclarecimentos.

Entre as 35 mortes violentas, há criminosos – sobretudo os que confrontaram a PM –, pessoas com registro de uso de drogas, outras com passagens pela polícia por diferentes delitos e cidadãos de bem. Independentemente da avaliação de cada caso, é inegável que a frequência de quase uma morte a cada dia gera uma sensação de insegurança em toda a cidade.

De acordo com a planilha da Polícia Civil, é possível dizer que o índice de homicídios no período de 2017 é maior que 2016, o ano que entrou para história da cidade como o mais violento de todos os tempos. Isso porque até o dia 9 de fevereiro de 2016 foram registrados 22 crimes do tipo, esse ano já são 24 confirmados, fora o latrocínio e as cinco mortes que ainda aguardam esclarecimentos.

O delegado adjunto Vander Coelho, titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) no mês de fevereiro, traçou um perfil das vítimas das mortes violentas deste ano. Foram 24 assassinatos de homens. O mais jovem tinha 15 e o mais velho, 63 anos. “Mas em 90% dos casos, a vítima é jovem. Se olharmos as ocorrências verificamos que a média de idade dos atingidos é de 22 a 40 anos”, comentou o delegado.

Outra informação de Vander Coelho é que as vítimas de homicídio, em sua maioria têm envolvimento com crime, principalmente por uso ou tráfico de drogas. “Claro que temos outras nuances, mas o destaque é para essa modalidade de crime”, atestou o policial.

Vander Coelho também disse que não existe um motivo específico para justificar o aumento da criminalidade neste início de ano. Segundo ele, os homicídios acontecem sazonalmente, ou seja, de um mês para o outro pode ter aumento ou queda considerável nas estatísticas. “De todo modo, estamos trabalhando para aumentar as elucidações dos crimes na tentativa de manter os autores presos. A Polícia Civil acredita que essa é uma alternativa para diminuir as mortes violentas”, comentou.

O delegado frisou ainda que homicídio é um crime de difícil prevenção. Segundo ele, por mais que pareça repetitivo, o fato é que a pessoa que sai para matar vai cometer o crime. “A Polícia Militar faz o trabalho preventivo pela cidade, mas não tem como estar em todos os pontos ao mesmo tempo. O homicida age na hora que é conveniente para ele. Então é um crime de difícil prevenção ou flagrante, por exemplo”, afirmou.

Repercussão
Os dois casos de maior repercussão deste ano foram registrados no primeiro final de semana de fevereiro. Trata-se do triplo homicídio na sexta-feira, dia 3, e do latrocínio de um jovem de 27 anos que aconteceu no domingo, dia 7.

No caso dos três homens, identificados como Leandro Silva Vicente, de 37 anos, Filipy Henrique Nunes, de 29, e Rodrigo Henrique Santana Ferreira, que não teve idade divulgada. Eles saíram na sexta-feira, 3 de fevereiro, para juntos irem a uma festa. Os três amigos desapareceram antes de chegarem aos seus destinos e seus corpos foram encontrados em diferentes bairros da cidade com marcas de tiros.

A Polícia Civil tem concentrado esforços para desvendar essas mortes, mas ainda não sabe o que pode ter motivado o crime. De acordo com as investigações preliminares, Filipy Nunes tinha passagem por tráfico e os outros dois amigos não tinham ficha criminal na polícia.

O latrocínio aconteceu no domingo, 5 de fevereiro. Por volta das 7h, Donato Gontijo, 27 anos, foi morto dentro de casa durante um assalto no Bairro Jundiaí. O jovem estava saindo para trabalhar na panificadora da família quando três homens invadiram a casa e anunciaram o assalto. Mesmo colaborando com a ação dos bandidos, que chegaram a levar jóias, dinheiro e celulares dos familiares, Donato foi assassinado com um tiro na cabeça. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu, mas morreu no Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana).

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