Comandante do 3º CRPM fala sobre transferência de detentos para novo presídio de Anápolis
MARCOS VIEIRA
O comandante do 3º CRPM, coronel Giovanni Valente (foto), estava no novo presídio de Anápolis quando cerca de 260 presos chegaram transferidos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, destruída após briga de facções nesta quinta-feira (23).
A reportagem do JE Online, que acompanhou a operação, conversou com o coronel, juntamente com o repórter Márcio Gomes, da Rádio Manchester AM. Confira:
Como está sendo a operação?
A rebelião que teve na POG gerou necessidade da Polícia Militar intervir, para evitar um dano maior e perda de muitas vidas e, com isso, grande parte do presídio foi destruída. Foi necessária então a transferência provisória de alguns presos da POG para o novo presídio, que ainda não está inaugurado, na cidade de Anápolis.
Um trabalho grande, ainda mais de última hora, devido a uma rebelião?
Entramos não só com a escolta, pois é uma grande quantidade de preso. Fizemos o controle, separação para os ônibus… Agora estamos colocando eles em cela, providenciando a segurança externa do presídio, estabelecendo como será a segurança interna junto com os agentes penitenciários. Então está sendo uma operação muito grande e a Polícia Militar está usando todas as unidades especiais, e seus comandos especiais, e Anápolis está entrando com todo o seu efetivo.
É um trabalho para a noite toda?
É um trabalho para o mês inteiro. O Carnaval está aí, tínhamos um planejamento de deslocamento de efetivo e agora estamos refazendo, vendo qual o efetivo será necessário para reforçar esse presídio.
É um trabalho não só dos agentes prisionais, mas também da PM.
Esses presos são membros de gangues perigosas e temos que estar presentes com efetivo suficiente para evitar fugas e novas rebeliões.
Essa questão talvez seja a principal: evitar novas brigas. Talvez já na viagem algum pode ter provocado, jurado outro…
Eu não diria que seja provável, mas é possível.
Qual mensagem o senhor tem para a população de Anápolis, diante da apreensão com a transferência desses presos?
Esses presos estão trancafiados, dentro de um presídio de ótima segurança. O efetivo que temos – tanto interno, por parte dos agentes, quanto o externo, por parte dos policiais militares – é suficiente para mantê-los aqui. Além disso, estamos trazendo uma tropa especializada do Batalhão de Choque para fazer ronda externa em torno do presídio. Acreditamos que é um problema grave, mas é um problema cercado, que acreditamos que não sairá deste espaço e atingir a população anapolina.
O Cel Valente talvez não se dê conta do risco para a população do município, o envio só para Anápolis dessa grande quantidade de detentos, com relação a ações de apoio externo que eles poderão ter, no sentido de forçar um retorno dos mesmos, e até um provável resgate.