CRISE CARCERÁRIA: comandante diz que Anápolis ganha reforço de tropas especializadas
MARCOS VIEIRA
(Foto: Ismael Vieira)
O comandante geral da Polícia Militar em Goiás, coronel Divino Alves (foto), esteve em Anápolis para informar, em entrevista coletiva, que o policiamento da cidade foi reforçado com equipes especializadas da corporação, visando maior segurança enquanto os quase 600 presos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) permanecerem no novo presídio. Confira.
Como se deu essa decisão de encaminhar os detentos para a cidade de Anápolis?
Tivemos uma briga entre facções na POG, houve a decisão da Secretaria de Segurança Pública de transferir parte dos detentos para o presídio de Anápolis, uma vez que ele já se encontrava pronto, ou faltando poucas situações para sua completa entrega. Em decorrência disso, os presos foram encaminhados para o presídio de Anápolis.
Mesmo sendo uma transferência de emergência, foi feito um estudo prévio do impacto que isso poderia trazer para Anápolis?
Com certeza foi. Esse é um dos motivos que eu, enquanto comandante geral, estou aqui na cidade de Anápolis. A vinda desses detentos mexe, claro, com a situação de segurança da cidade e nós estamos trazendo efetivos das nossas unidades especializadas para auxiliarem o policiamento da cidade. Estamos levando guarnições do Batalhão de Choque para o presídio. Essas equipes permanecem lá, fazendo a segurança externa, uma vez que a segurança interna é realizada pelos agentes prisionais. A Polícia Militar faz o perímetro externo, faz as guaritas. Estamos trazendo para a cidade de Anápolis viaturas da Rotam, do Graer, do Batalhão de Operações Especiais, da Cavalaria, e elas vão permanecer realizando o policiamento ostensivo preventivo aqui na cidade pelo tempo que o comando da corporação entender necessário.
O senhor sabe nos dizer como está a situação dentro do presídio?
É importante dizer que assuntos relativos ao presídio devem ser buscados junto à administração do presídio, mas a informação que tenho é que houve em um primeiro momento uma situação de desassossego. Essas pessoas estavam, aspas, “nas suas zonas de conforto”, e foram transferidas para outra localidade, e isso gera um inquietação que é normal em um primeiro momento. Por isso o reforço do Batalhão de Choque, o reforço das nossas outras unidades operacionais aqui na cidade de Anápolis. É importante tranquilizar a população de Anápolis: essas pessoas estão em um presídio que é seguro e que a ação do Batalhão de Choque é mais do que suficiente. A ação dessas viaturas que temos aqui do Choque é mais suficiente do que para, em havendo, vejam bem, em havendo qualquer situação de anormalidade, primeiro cabe uma ação do sistema prisional – existe ali o Gope, que é Grupo de Operações Penitenciárias – e num segundo momento, em havendo necessidade, entra o Batalhão de Choque para, se for o caso, entrar e resolver a questão. Mas a análise que foi feita é que o presídio oferece condições de segurança. Eles estão presos, reclusos e o policiamento na cidade de Anápolis já está sendo reforçado por viaturas da Rotam, viaturas do Batalhão de Choque e, a partir de amanhã [25/2], outras unidades se somarão ao esforço em Anápolis.
Essa situação interfere na programação de segurança para o Carnaval?
Não interfere. Tivemos sim que fazer uma ou outra mudança pontual. Por exemplo, tínhamos viaturas do Batalhão de Choque que iriam para determinada cidade, mas em decorrência dessa situação o entendimento do comando da corporação é que o melhor seria deixar o Choque em Goiânia, mandar parte para Anápolis, e é o que estamos fazendo.
Quanto tempo dura esse reforço policial em Anápolis?
O momento que a PM entender que está na hora de refluir, de retornar com nossos efetivos para Goiânia, assim o faremos. Enquanto houver a necessidade, o efetivo aqui permanecerá, fazendo o que sabemos como ninguém, que é o policiamento ostensivo preventivo.