Familiares da transexual encontrada morta acreditam que a motivação do crime foi homofobia

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ANA CLARA ITAGIBA

A mãe da transexual Emanuelle Muniz Gomes, de 21 anos, que foi morta após ser sequestrada em Anápolis, afirma que foi agredida por um dos suspeitos do assassinato. Ela relata que por volta de 1 hora da madrugada de domingo, Edna Gomes saiu com a filha de uma boate, quando foram abordadas por alguns homens em um carro que ofereceram uma carona para voltarem para casa.

A mãe desconfiou e ao tentar tirar a filha do veículo um dos homens a atacou. “O que estava me agredindo eu não consegui ver. Mas eu olhei para a cara de um dos que estavam dentro do carro. Ele é um cara baixo e gordo”, detalha Edna Gomes.

Ela observou que eram quatro homens e acredita que não tenha sido a primeira vez que eles fazem isso. “Eles deixaram o carro em um lugar distante e escuro. Por isso eu achei suspeito”, conta Edna.

A mãe de Emanuelle acredita que a mataram por descobrirem que ela era transexual. “Minha filha nunca se envolveu com nada, inclusive trabalhava no RH de uma grande empresa daqui de Anápolis. Eu acho que eles já planejavam fazer algum mal a ela e quando descobriram que era trans, a mataram. Na minha cabeça foi homofobia” afirmou.

Depois de levarem a vítima à força, Edna procurou pela filha durante a noite toda. “Eu fui à delegacia registrar o que tinha acontecido e simplesmente deram como um caso banal. Um policial disse que nós não devíamos ter saído de casa esse horário. Depois disso eu mesma resolvi correr atrás, para saber onde ela estava. Liguei em todos os hospitais descrevendo como ela era” explicou.

O corpo foi encontrado pela própria dona Edna, nu em uma estrada de terra que dá acesso à BR-060, em Anápolis, algumas horas após o sequestro. “Eu gritei muito para ver se ela acordava, se ela respirasse um pouco era um fio de vida no qual eu ia lutar” lembrou. A mãe da vítima cobra das autoridades para que o caso seja investigado e não fique impune.

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