Estado precisa de pelo menos 60 dias para devolver 558 presos para Aparecida de Goiânia

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ANA CLARA ITAGIBA

Foi realizada na manhã desta sexta-feira (10/3) uma sessão especial no plenário Teotônio Vilela da Câmara Municipal, para discutir a transferência dos 558 detentos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, para o novo presídio não inaugurado do município.

A transferência aconteceu no último dia 23 de fevereiro. Somando com os 720 presos do Centro de Inserção Social Monsenhor Luiz Ilc (antigo presídio), atualmente Anápolis abriga 1.278 encarcerados.

Os vereadores presentes cobraram das autoridades um prazo para que os presidiários retornem para o presídio de Aparecida de Goiânia, a POG. Eles reclamaram que o espaço que foi cedido não tem condições para atender a demanda. “A Câmara Municipal está preocupada com essa situação. Esse é só mais um capítulo da luta para resolver essa questão. Muitas pessoas têm nos procurado e queremos dar alguma resposta à população” disse o presidente da Câmara Municipal de Anápolis, Amilton Filho (SD).

O superintendente executivo da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado, coronel Victor Dragalzew, disse que alguns reparos precisam ser feitos na estrutura de Aparecida de Goiânia. “É necessário que um engenheiro faça o projeto para que então comece uma reforma na unidade que foi depredada”, observou.

“Precisamos de 60 dias para conseguir levar os detentos de volta para Aparecida de Goiânia. Não tem como fazer um conserto de uma unidade que foi tão depredada, em um prazo muito curto”, desabafou o coronel.

Segundo ele, já existe um levantamento do que deve ser feito e que alguns reparos são mais fáceis de serem realizados “Mas temos outras preocupações como, por exemplo, a rede elétrica, hidráulica e também algumas modificações estruturais para que tenha segurança entre as alas e isso não aconteça novamente” comentou Dragalzew.

A superintendente Executiva de Direitos Humanos do Estado, Onaide Santillo, também esteve na sessão especial. Por ser de Anápolis, os vereadores cobraram da superintende uma atitude mais resistente para que essa transferência não tivesse acontecido. “Nós pagamos um preço, porque fica aquele sentimento de insegurança. Mas evitamos que uma tragédia muito maior acontecesse em Goiás, como foi o caso daquelas rebeliões que aconteceram no nordeste” afirmou Onaide.

Participaram da reunião a superintendente Executiva de Direitos Humanos do Estado, Onaide Santillo; presidente do Conselho de Execução Penal de Anápolis, Gilmar Alves; superintendente de Administração Penitenciária de Goiás, coronel Victor Dragalzew; delegado Geral de Anápolis, Fábio Vilela; presidente da Comissão de Direitos Humanos de Anápolis, Regis Davidsson; gerente da Inteligência da SSAP, major Júnior; representante do Observatório de Segurança do Município, Glayson Reis; diretor do Centro de Inserção Social de Anápolis, Fábio de Oliveira; representante do Conselho de Execução Penal de Anápolis, Maristela Rodrigues; presidente do Conselho de Segurança da Região Central de Anápolis, Ana Valéria Lourenço e o presidente do Conselho de Segurança Pública de Anápolis, João Bosco Roriz.

Transferência
A mudança aconteceu depois que uma briga entre facções da POG, que resultou em cinco mortes e 37 feridos. O prédio da unidade ficou bastante depredado colocando em risco a segurança dos outros detentos. Logo após o incidente, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou a transferência dos detentos de duas alas da unidade para o novo Centro Penitenciário de Anápolis, que ainda não foi inaugurado. O fato causou desconforto e revolta na população e nos políticos anapolinos.

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