Anápolis perde José Miguel Hajjar, pioneiro no ramo atacadista

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Empresário da família Hajjar chegou a Anápolis ainda criança e construiu um sólido grupo que gera centenas de emprego e garante renda para a cidade

LUANA CAVALCANTE

O empresário José Miguel Hajjar, 77 anos, morreu nesta sexta-feira (31 de março), em Anápolis, depois de lutar 14 meses contra um câncer no cérebro. Uma perda irreparável para a cidade, já que ele construiu sua história como um empreendedor que acreditou no potencial econômico de Anápolis. Dedicou sua vida à família, ao trabalho ininterrupto e ao Anápolis Futebol Clube.

Nacin Hajjar, irmão de Zé Miguel (como era chamado o empresário pelos mais próximos e pelos torcedores), conta que suas duas maiores paixões sempre foram o trabalho e o Galo.

Seu nome é a tradução de Rizek Mikhail Hajjar, original da sua terra natal. Zé Miguel nasceu em 1940, na pequena aldeia de Bdada, sudeste da Síria, e para fugir da pobreza que assolava a região após o fim da Segunda Guerra Mundial, sua família embarcou para Anápolis em um navio. Os avôs, pais e irmãos chegaram a Goiás após 25 dias de viagem. Acabaram desembarcando na estação ferroviária central de Anápolis, onde hoje é a Praça Americano do Brasil.

Os Hajjar vieram pedir apoio e refúgio ao tio Jorge Pedreiro, que já morava em Anápolis. Para ganhar seu próprio dinheiro, começou a trabalhar aos 13 anos como office boy de um atacado da cidade. Em 1960, abriu seu primeiro comércio na Rua 14 de Julho, no Centro, no setor de alimentos, o Armazém Goiás Ltda.

Zé Miguel casou-se em 1962 com Maria Lúcia Salomão, com quem teve cinco filhas: Viviane, Cristiane, Grace, Cláudia e Érica. José Miguel Hajjar deixa também quatro genros e 10 netos, além dos irmãos George, Maria, Messias e Nacin. O quinto irmão do empresário, Ibrahim, faleceu em 2006.

No final dos anos 1980, o empresário ampliou a empresa e começou um bem sucedido negócio de vendas externas, atacado de bebidas, perfumaria, alimentos e higiene pessoal. Há 15 anos entrou para a área farmacêutica, com a fundação da Geolab, empresa instalada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia).

Foi um atuante empresário em Anápolis ajudando no desenvolvimento econômico da cidade. Mesmo tendo a oportunidade de mudar-se para Brasília, a capital do Brasil, escolheu Goiás, especificamente Anápolis, para fundar a empresa familiar e assim contribuir com o crescimento do município.

Hoje o grupo gera 700 empregos diretos e cerca de 1,5 mil empregos indiretos. Mesmo durante o tratamento do câncer, não deixou de dar expediente na empresa das 7h às 19h, diariamente, sempre participando de todas as decisões. Seus familiares o descreve como uma pessoa alegre, sempre com uma piada “na ponta da língua, um contador de casos e muito trabalhador”.

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