SSPAP anuncia prazo longo para a obra da POG, mas tira 126 presos de Anápolis

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ANA CLARA ITAGIBA

Depois de 36 dias, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) fez um aceno positivo para Anápolis em relação à crise que caiu no colo da cidade, com a transferência na noite de 23 de fevereiro de 558 presos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, para o novo presídio anapolino, que nem tinha sido inaugurado.

Na sexta-feira (31), 40 detentos retornaram para a POG. Eles foram transferidos em duas vans com a escolta de cinco caminhonetes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Durante a semana, outros 20 presos já haviam sido transferidos para a penitenciária em Aparecida de Goiânia, totalizando 60 homens retirados do novo presídio, de um total de 558. Restam cerca de 500 em um espaço com lotação máxima de 300.

O presidente do Conselho da Comunidade na Execução Penal, advogado Gilmar Alves, disse que antes da operação desta sexta-feira, que começou às 8h, todos os encarcerados passaram por revista. “A revista dos 40 que foram transferidos foi mais meticulosa, porque por aqui chegam a passar 200 pessoas por dia e algumas levam o que não devem. A revista é só mais um ato de segurança”, explicou.

Gilmar Alves disse ainda que nesta próxima semana acontecerá uma reunião para discutir a estrutura externa do novo presídio, onde os familiares dos presos aguardam o momento da visita. “Começamos a exigir do Estado mais estrutura para as famílias. Eles precisam de uma cobertura, porque ficam no sol por horas. É preciso também ter um detector de metais”, disse.

Nota divulgada no início da semana pela SSPAP informou que as obras da POG, em Aparecida de Goiânia, precisam de 135 dias para serem concluídas. Esse é o prazo solicitado pela empresa que fará o trabalho. O custo total do projeto é de R$ 2,8 milhões. Além de recuperar aquilo que foi destruído com a briga de facções, a ideia é construir um muro na penitenciária de Aparecida, que separe os grupos rivais.

Na terça-feira (28), depois de informar os 135 dias para a obra, a SSPAP concordou em retirar de Anápolis um total de 126 presos, considerados menos perigosos. “São os que ocupam a ala A do novo presídio. A princípio a transferência será de 30 em 30”, disse Gilmar Alves.

Gilmar falou ainda que procurou a juíza Lara Gonzaga de Siqueira para conversar sobre as informações dadas pela SSPAP. “Para nós é uma grande vitória, porque nós sabemos que se deixarmos, eles iriam ficar aqui de dois a três anos”, afirmou o presidente do Conselho da Comunidade na Execução Penal.

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