De como escrever os destinos | por Iron Junqueira

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Fiz tudo para não vir.

Mas não foi possível.

Tentei não voltar. Mas voltei. Forças celestiais e Leis Divinas mostraram-me que o meu caminho já estava tomado e eu já vivia entre vocês, encarnados. Mas todo aquele estardalhaço ocorreu e, pelas minhas próprias mãos, eu voltei, quando nem queria ir. Mas como eu estava enganada! Achei que uma solução teria resolvido o meu problema. Mas não. Piorou-o bem mais. Determinante força fez que eu voltasse. Por três vezes, desisti. Retrocedi. Por fim, mostraram-me que agora era tudo tarde demais. E encurtar poucos anos e alongar mais esperas só dependeria de mim.

Se você ainda voltar agora, você só o reencontrará na atual existência, já envelhecido e cansado, quase na hora de retornar ao Plano Espiritual. Você o verá apenas na primeira infância e não o reconhecerá. Nem ele a você.

— Não se lembrará de mim, nem por instante?

— Pelo que sua mente é fértil, possivelmente você o recordará alguém. Talvez redescubra você na primeira infância. Mas dada as circunstâncias, a esquecerá horas depois de uma breve lembrança.

— E eu me lembrarei dele?

— Não. Você o verá apenas como uma autoridade e o verá de longe. A única vantagem que você terá filha, é a de conviver com ele apenas durante uns 6 ou 7 anos. Única vantagem que te impede a ir reencarnar agora, no final da existência física dele, é que poderá reencontrá-lo na Vida Espiritual com mais tempo, porque terão, obrigatoriamente, que harmonizar as vidas de ambos. Porque a sua fora interrompida pelo seu suicídio. Então eu lhe pergunto:

— Vale a pena?

— Sim. Reencarnando agora, livro-me mais cedo da terrível expiação que sofro desde quando cometi meu ato. Ou seja: torna-se amenizada tão dolorosa quitação de débito. Mas estar perto dele por cinco anos, como neta, aluna, parente, terei mais força espiritual de seguir passos adiante, adiantando horas para, de novo, estar com ele. Mas do jeito que eu quero.

— Então, seja feita a sua vontade.

A menina ficou internada naquele espaço de convivência infantil até os 10 anos, pois no ano seguinte viajaria para outra cidade com seus pais e se tornaria adulta estudando para se tornar enfermeira, missão que ela queria e precisava, uma vez que necessitava cuidar de si própria, pelo fato de haver, antes, limitado, compulsoriamente, sua existência, tendo determinado sua morte aos 22 anos de idade.

Assim ela venceu os dois lustros de sua infância sem conhecer a pessoa que a inspirou a voltar na mesma existência.

Mas ano seguinte seguiu seu destino.

Alguns anos após ele desencarnou. Ela nem tomou conhecimento, pois era uma jovem noiva, prestes a começar seu atual destino bem antes de recomeçar outro em companhia de quem ela viveria a existência atual.

Viram? Como a gente escreve o próprio destino bem antes do que imaginamos? Porque na existência vigente escrevemos as vidas que virão.

Já no Plano Espiritual o amigo (futuro companheiro dela) a ajudava (sem ela perceber) a vencer escabrosos caminhos junto a um marido difícil e a dois filhos sem problemas.

É isto.

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