Casa Joana, que ajuda portadores de down e autismo, busca novos voluntários

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Entidade precisa de ajuda de voluntários para trabalhar com pessoas com síndrome de down e autismo

ANA CLARA ITAGIBA

Desenvolver o lado cognitivo e promover a interação social de pessoas com síndrome de down, autismo e outras deficiências. Esse é o foco da Casa Joana, uma instituição filantrópica de Anápolis que ajuda pessoas com esses perfis a trabalhar um ponto que muitas vezes é deixado de lado. Lá são oferecidas aulas de arte e dança, além de um apoio especializado com terapia ocupacional e fonoaudiologia. Mas hoje o local necessita de um apoio voltado para o trabalho voluntário e, principalmente, uma ajuda do poder público.

A presidente da Casa Joana, Juliana Frances Martins, conversou com a reportagem do JE na quarta-feira (7) e disse que há cinco anos, quando começou a desenvolver esse projeto, muitas pessoas se colocaram a disposição para ajudar, mas com o tempo foram se dispersando. “Ninguém paga para estar aqui, então ficou muito difícil manter profissionais. No início eu tinha duas funcionárias, uma secretaria e outra de serviços gerais, que eu conseguia pagar. Só que profissionais especializados já ficavam muito difíceis para mim”, explica.

Diante disso, Juliana passou a buscar ajuda na Prefeitura de Anápolis para tentar firmar um convênio. A ideia era fazer essa parceria onde o Executivo encaminharia profissionais capacitados para trabalhar no local, mas ainda não consegui. “Esse trabalho social precisa ser bem estruturado e com profissionais especializados. Nós queremos o melhor para aqueles que frequentam a Casa Joana”, afirma Juliana, que mesmo com as dificuldades, percebe que a convivência na instituição tem ajudado as pessoas.

Segundo a presidente, o ideal seria se houvesse esse convênio, mas quem quiser trabalhar como voluntário será recebido de portas abertas. Profissionais especializados em psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e música podem procurar a instituição pelos telefones (62) 99648-1078 e (62) 99129-0246. Já quem não tem formação nessas áreas, mas tem interesse de participar desse trabalho, pode entrar em contato pelo mesmo telefone que a equipe interna o encaminhará para um trabalho de acordo com o que tem mais aptidão.

Habilidades
A irmã da presidente, Adriana Aquino, trabalha como voluntária desde que a entidade foi inaugurada. Ela diz que apesar de ser um desafio muito grande, ver como as crianças mudam e se desenvolvem com o passar do tempo é um sentimento inexplicável. “Quando nós fazemos as coisas com amor e carinho, colhemos os frutos da gratidão. Eles têm tanto amor por nós, que é incrível. Eles nos abraçam, beijam, chamam de tia, ligam, mandam Whatsapp dizendo que estão com saudade, e isso não tem preço”, conta Adriana, que além de ser voluntária, cuida de casa e é engenheira civil.

Gerlane Magalhães conheceu a Casa Joana através de seu irmão, que é deficiente mental e passou a frequentar o local. Hoje é voluntária dando aulas de forró. “Meu irmão tem 28 anos de idade e outras instituições não o receberiam por conta da idade, mas aqui ele foi muito bem acolhido. Foi aqui que descobriram que ele estava com um problema de visão muito sério e a Juliana [presidente da Casa Joana] deu todo o suporte com médicos e tratamentos. Sou muito grata por esse trabalho”, disse a voluntária.

Outro caso semelhante é o da Márcia Adriana, mãe da Isabela Clara, que tem síndrome de down e frequenta a Casa Joana há quase cinco anos. “Antes ela era retraída, só ficava sozinha e não queria interagir com ninguém. Aqui ela começou com a pintura, que ajudou a se abrir e fazer amizades. Ela está mais obediente e alegre”, disse.

Isabela chegou a frequentar uma escola, mas segundo a mãe, lá não desenvolveu suas habilidades. Durante as aulas, ela não era estimulada a aprender junto com seus colegas porque a professora dava uma boneca e um espanador para que ela brincasse sozinha e não desse trabalho, como foi dito para a própria mãe.

História
A Casa Joana foi inaugurada em 2013, pela então presidente Juliana Frances Martins. O objetivo era ajudar sua filha Joana, que tem síndrome de down, a desenvolver habilidades e promover o convívio social. Hoje o local possui aproximadamente 140 inscritos e funciona atendendo pessoas com síndrome de down, autismo e outras deficiências, sem restrição de idade.

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